O exército israelita tenta justificar a morte dos jornalistas da Al Jazeera Ismail Al-Ghoul e Ramy El Rify, acusando-os de serem operacionais do Hamas. Israel assume que foi um ataque dirigido contra os dois repórteres, mas mente para se tentar limpar de mais um crime de guerra.
O canal de televisão Al Jazeera rejeitou o que disse serem “alegações infundadas”, que disse serem uma tentativa de justificar o assassinato deliberado dos seus jornalistas.
“A Al Jazeera condena as acusações contra seu correspondente Ismail Al-Ghoul e o repórter de imagem Ramy El Rify, sem fornecer qualquer prova, documentação ou vídeo”, disse a empresa num comunicado, acrescentando que se reserva o direito de tomar medidas legais contra os responsáveis pelos assassinatos.
Os militares israelitas disseram que Al-Ghoul era um membro da unidade de elite Nukhba que participou no ataque de 7 de outubro e que instruiu os agentes do Hamas sobre como gravar e difundir os ataques contra a tropa israelita. “Atividades que foram uma parte vital das ações militar do Hamas”, dizem os militares israelitas, num comunicado.
Segundo a Al Jazeera, Al-Ghoul trabalhava para a emissora desde novembro de 2023 e sua única profissão era ser jornalista. Lembra que ele foi detido quando os militares israelitas atacaram o Hospital Al-Shifa, no norte da Faixa de Gaza, e que depois foi libertado, o que “desmascara e refuta a falsa alegação de sua afiliação a qualquer organização”.
Lembramos que o governo israelita proibiu a Al-Jazeera de operar em Israel, acusando-a de representar uma ameaça à segurança nacional. Gaza, no entanto, não é território israelita, embora esteja sob ocupação militar há décadas.
Este não foi o primeiro ataque contra jornalistas ao serviço da Al Jazeera. De qualquer forma, há já 177 jornalistas, homens e mulheres, mortos em ataques israelitas. Provavelmente Israel dirá que todos são operacionais do Hamas…
fonte: agência Reuters