ISTO É UM ASSALTO

As vias de comunicação sempre foram utilizadas pelos assaltantes, desde tempos imemoriais. Os bandidos esperavam pelos viajantes em locais mais propícios a emboscadas, de onde fosse mais fácil fugir depois do assalto. Roubavam tudo o que podiam, muitas vezes deixavam as vítimas nuas em pelo, ou mesmo sem vida.

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Hoje, continuamos em perigo quando viajamos. As viagens do quotidiano, agora, são por vias eletrónicas, navegamos pela internet. As “esquinas” mais propícias a assaltos é onde nos sentimos mais à vontade: o nosso telemóvel, o email que temos.

O que vos contamos a seguir, é exemplo do perigo que ronda quando abrimos o email, seja no computador ou no telemóvel. No email, cinco armadilhas seguidas:

No 1º caso, um tal Banco Invest. Acenam com um serviço “sem comissões”. Ora, isso, num banco, só pode ser mentira. Abrimos o email e vemos logo a falsidade.

Se clicar nas palavras “saiba mais” vai cair na armadilha

Sem comissões “por tempo limitado”. Quanto tempo? Um dia? Uma hora? Não sabemos. Talvez fosse necessário seguir os links sugeridos, mas isso já não fazemos. Iriamos abrir mais um alçapão para spams e outras mensagens indesejadas. Fechamos o email e apagamos a mensagem.

No 2º caso, um plano de saúde. Grátis, é claro. O email não vem identificado com o nome de qualquer empresa, logo isso é um indício de malandragem. Abrimos a mensagem e surge apenas uma sugestão para clicarmos num link em “ver oferta”. Confiam eles na nossa curiosidade por tudo quanto seja grátis, embora se não ficarmos hipnotizados pela palavra “grátis” iremos reparar no “desconto de 30%”. Ou seja, não há almoços grátis. Mas a melhor decisão é “matar” o bandido, apagar o email.

Terceiro caso: simulam que se trata de uma mensagem dos CTT, a propósito de uma encomenda que não foi entregue. É preciso ter atenção, observar todos os pormenores. Os erros de ortografia são um desses pormenores.

Trata-se de uma mensagem falsa, sem sombra de dúvidas, não experimentem sequer seguir qualquer link porque irão abrir portas a hackers que poderão aceder aos dados que guardam no computador ou no telemóvel. Apagar de imediato a mensagem é a única coisa esperta a fazer.

Quarto caso: Novo Banco, fiquei com a conta bloqueada. Óh, que pena…mas nem sequer tenho conta nesse banco. Mesmo se tivesse, iria preferir ir ao balcão e perguntar o que se passava. Se abrirmos o email vemos os contornos do assalto: pedem-nos que confirmemos os dados para desbloquearem o cartão Visa. A armadilha está também no botão “cancelar transação”. Apaguem este tipo de mensagens.

Quinto caso: Banco Montepio. Os aldrabões utilizam muito o nome de entidades bancárias, sabem que toda a gente tem pelo menos uma conta num banco qualquer e tentam a sorte. Neste caso, falharam logo porque nem tenho conta nesse banco e enviaram mensagens semelhantes sucessivas, sinal de pouco profissionalismo, quer como assaltantes ou como bancários. Se abrirmos o email surge a sugestão de clicar na palavra “continuar” caso queiramos resolver o problema. Apaguem de imediato a mensagem.

Conforme já explicamos noutros artigos sobre casos semelhantes, podemos ter a certeza que os burlões enviam diariamente milhões de mensagens deste tipo. A probabilidade de alguém se deixar levar por estas tretas é baixa, mas a relação custo/benefício é vantajosa para o burlão. O envio do email representa um custo diminuto, através de softwares apropriados e a estatística diz que 0,005% dos destinatários respondem da maneira que o bandido deseja. Ora, 0,005% de 1 milhão são 50 pessoas burladas. Se da burla se obtiver um lucro de mil euros por vítima, o lucro para o burlão é de 50 mil euros. Vale a pena e é por isso que eles não desistem.

1 COMENTÁRIO

  1. Esta crónica, tão perfeitamente detalhada, não podia ter vindo em altura mais propícia.
    Venho observando a insinuação de esquemas parecidos, mas através da pressão de pedidos de amizade no FB: ou junto de comentários num perfil qualquer onde se deixa um parecer, ou descaradamente em perfis falsos que invocam razões de vária natureza.
    Estes perfis falsos usam a imagem e parte de publicações dos verdadeiros amigos, que desconhecem o que se está a passar. Invocam ter perdido os dados do telemóvel e sugerem que lhes peçam, o mais depressa possível, amizade, para conseguirem recuperar a lista.
    Estranho é que coexistam o perfil verdadeiro e o falso, não tendo o último identificação de nome.
    Há casos em que um vai absorvendo a lista e conteúdos do outro, o verdadeiro, até ele ser obrigado a criar novo perfil.
    Naturalmente que estas pessoas terão interesses semelhantes aos que o Carlos Narciso aqui especifica, entrar e ver melhor a informação que lhes possa interessar.
    Ontem reparei numa coisa estranha, mais uma, e fiquei de pé atrás: enquanto uma Amiga comunicava comigo por messenger, a imagem que acompanhava a minha escrita não correspondia à do perfil: era a de uma fotografia antiga que já acompanhou em tempos. Depois desapareceu imediatamente e do meu lado ficou sempre o vazio da imagem.
    Concluí que alguém andava a tentar esquema semelhante e avisei no mural, mas bem sei que estes (estas) criaturas estranhas que só colocam as habilidades ao serviço do mal ( e podiam explorá-las para alguma coisa de bem) amanhã usarão outros artifícios.
    Bem haja pelo texto. Há lesados que vão reagindo à sua maneira, mas isto é um caso que exige actuação conjunta, acho eu.
    Um abraço.

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