O académico francês François Burgat foi detido durante 8 horas e interrogado pela polícia por alegada “apologia do terrorismo”. Isto aconteceu em França, país onde já se refugiaram perseguidos políticos de todo o mundo.
Acontece que uma autodenominada Organização Judaica Europeia apresentou queixa contra Burgat, por causa do que ele publica nas redes sociais, nomeadamente no X.
Também acontece que Burgat é investigador universitário, especialista no mundo árabe. O facto de ter 76 anos de idade, também não impediu que tivesse sido colocado numa masmorra policial.
Nos meios académicos franceses, a detenção deste politólogo foi considerada “absurda”, “sem sentido” e, na verdade, ninguém reconhece qualquer apologia do terrorismo nas publicações de François Burgat.
Como muitas outras pessoas em todo o mundo, Burgat tem opinião sobre o que está a acontecer na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, não só agora como nos últimos 70 anos.
Burgat também criticou a posição da França em relação ao Hamas, classificando-a de capitulação à política dos EUA e de Israel.
Ao deter François Burgat para interrogatório, a justiça francesa também revela total subserviência perante os designios políticos de Israel. Está a acontecer o mesmo, um pouco por todo o lado nos países do chamado “ocidente”.
Num Estado de direito, o sistema de justiça deve distanciar-se dos interesses políticos.
Estamos a assistir a ações de intimidação que procuram fazer passar a solidariedade para com os palestinianos como anti$$emitismo ou apologia do terrorismo, demonizando sistematicamente a esquerda.