Abrir a pasta do spam do email é simultâneamente um exercício hilariante e preocupante. As preocupações são evidentes, espelham a intensidade das tentativas de ataque às bolsas dos cidadãos incautos.
Vale tudo para extorquir dinheiro: burlas, aliciamentos, convites de má-fé, todas as versões possíveis dos novos contos do vigário. Divertido é vermos como os burlões usam histórias da carochinha, quase ingénuas, atirando barro à parede a ver se pega.
Por exemplo, a 1ª mensagem que vemos na imagem que reproduzimos (sublinhada a vermelho), temos alguém que diz “Foi-lhe feita uma doação de 3,5 milhões de euros; Entre em contato comigo para mais informações” e tem um endereço de email para contato. Ora, esta é uma treta evidente, ninguém doa a alguém que não conhece uma quantia tão exorbitante. Trata-se de um engôdo para algo que irá enredar a pessoa que se deixar fisgar.
No esquema das somas fantásticas temos, ainda, 5 milhões de libras à nossa espera (sublinhado a verde) algures num sítio qualquer inexistente.
Depois temos outras ofertas menos “gulosas”, mas insistentes. Por exemplo, há uma empresa que nos oferece 36 tupperware (caixas de plástico para guardar alimentos no frigorífico), outras disponibilizam gratuitamente (é claro!) pequenos eletrodomésticos ou ferramentas de trabalho, outras oferecem dinheiro mais barato, outras seguros de saúde a preços módicos, etc.
Algumas mensagens surgem “marcadas” por avisos de alerta. Quando abrimos o email vemos que somos avisados pelo próprio fornecedor do serviço (neste caso o Gmail) de que se trata de uma possível mensagem com intuitos criminosos e que o melhor será não clicar em nenhum link nem responder fornecendo dados pessoais.
Não podemos ficar mais avisados. Mas nem todas as tentativas de extorsão são sinalizadas desta maneira, embora quase todas acabem por cair na caixa do spam.
A única certeza que podemos ter é que se os burlões insistem nestes esquemas é porque vale a pena. Isto é, há sempre quem caia na esparrela, seja por ingenuidade ou por cobiça.