OS AMIGOS DE COSTA

Talvez António Costa tenha percebido, agora, como pode ser atraiçoado pelos mais próximos.

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Segundo se depreende pelas informações que têm sido disseminadas por diversas fontes ligadas ao processo que levou à demissão do primeiro-ministro, o ministro João Galamba terá invocado orientações do primeiro-ministro para justificar o alegado favorecimento à empresa Start Campus no licenciamento das minas de lítio em Montalegre e Boticas, em Vila Real, um projeto de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e o projeto de construção de um ‘data center’ na Zona Industrial e Logística de Sines.

A esta hora, Costa deve estar a pensar que mais valia ter feito a vontade a Marcelo, quando o Presidente da República quis que Galamba fosse demitido, na sequência do caso de violência física entre assessores do seu gabinete e que levou à intervenção dos serviços secretos para resgatar um computador do ministério que o assessor Frederico Pinheiro tinha em seu poder. Um incidente que terá sido despoletado por alegadas ameaças de violência física proferidas pelo ministro contra o assessor e o posterior despedimento de Frederico Pinheiro.

Na altura, Costa fez questão de dizer que quem mandava no Governo era ele e não Marcelo. Agora, foi o que se viu.

Além de Galamba, a investigação aos negócios do lítio e hidrogénio tem nove arguidos, cinco dos quais estão detidos: Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, Nuno Mascarenhas (presidente da Câmara de Sines), Afonso Salema e Rui Neves (administradores da sociedade Start Campus).

Entre os arguidos estão ainda João Tiago Silveira, advogado e antigo porta-voz do PS, e a empresa START – Sines Transatlantic Renewable & Technology Campus SA.

Nas buscas policiais, foram apreendidos 75.800 euros em numerário no gabinete de Vítor Escária, o chefe de gabinete de António Costa. O dinheiro estava dividido em envelopes, introduzidos em diferentes livros, em diferentes prateleiras.

Não é comum alguém ter tanto dinheiro no local de trabalho. Já a “arrumação” das notas pode indiciar que Vítor Escária não confiava nos restantes frequentadores do espaço e que a divisão seria para minimizar prejuízos em eventuais roubos. A justificação para a “massa” estar ali e não numa conta bancária ou num cofre oficial do Estado é que ainda não foi divulgada.

cartoon de Hélder Dias

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