Tradição retrógada ressurge na Malveira

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Depois dos municípios de Viana do Castelo e Póvoa de Varzim terem abolido as touradas, depois de muitas outras cidades e vilas portuguesas terem demolido ou reconvertido as praças de touros existentes, o sacrifício de touros continua.

Depois de vários anos sem touradas, eis que em Mafra a atividade ressurgiu. Foi na Malveira que teve lugar esse espetáculo deprimente, num recinto pré-fabricado.

Foi uma tourada sem história. Nenhuma repercussão nos media da “especialidade”. Podia perfeitamente não se ter realizado, ninguém daria pela falta do evento.

A coisa foi apadrinhada pela União de Freguesias local, cuja presidente ofereceu prendinhas aos toureiros. Carla Galrão é aficionada, esperemos que as prendas tenham sido adquiridas com o seu dinheiro e não a expensas da autarquia.

Nesta tourada participou João Moura, o toureiro que está acusado de 18 crimes de maus tratos a animais de companhia, ocorridos na sua propriedade de Monforte, no Alentejo. O Ministério Público formalizou as acusações e requereu o julgamento de João Moura.

Na sequência de uma ação da GNR em fevereiro de 2020, foram encontrados 18 cães a morrer de fome que o toureiro mantinha encarcerados em recintos impróprios. Os cães eram galgos que João Moura criava para corridas, segundo informações veiculadas pela organização SOS Animal.

João Moura na Malveira

João Moura vai ser julgado pelos maus tratos que infligia aos cães, mas continua a receber prendas e a ser pago pela tortura a que sujeita os touros.

Um dos cães resgatados pela GNR da propriedade de João Moura, em 2020

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