SEM ABRIGO APRESENTA QUEIXA CONTRA POLÍCIA MUNICIPAL E GNR

0
1670

Depois de 4 anos a sentir-se vítima de bullying, violência policial, coação e outras malfeitorias, o sem abrigo Manuel Ildefonso meteu pés ao caminho e apresentou queixa contra os agentes da Polícia Municipal de Sintra e da GNR que com maior frequência abusavam do poder que a farda representa.

Quando se aperceberam disso, os visados na queixa de Manuel Ildefonso interpuseram, também eles, uma queixa no Ministério público.

Agora, a mesma procuradora analisa as duas queixas. Uma medida acertada. Assim, um único inquérito resolverá as duas queixas que se contradizem. Ou que se complementam.

Neste inquérito, além de apreciar os depoimentos das pessoas que foram indicadas como testemunhas, a procuradora está também a analisar os vídeos e as fotografias que foram publicadas nas redes sociais e na imprensa.

Certamente que a procuradora já terá notado que desde que a queixa chegou ao DIAP pararam as “visitas” da Polícia Municipal de Sintra e da GNR a Manuel Ildefonso. Ele mantém-se no mesmo local de sempre, não desmobilizou do protesto que o move, permanece no exercício do direito de manifestação que a lei lhe concede. Ou seja, se hoje o homem vive em paz, porque razão não o terão deixado em paz antes? Quando questionados, os agentes da Polícia Municipal e da GNR respondiam que cumpriam “ordens superiores”. E não deviam estar a mentir.

O inquérito avança na 4º secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), no Tribunal de Sintra.

A história deste homem é sobejamente conhecida. Adoeceu, perdeu o emprego, divorciou-se, ficou sem casa, pediu uma habitação social à Câmara de Sintra, não lha deram. E ele luta pelos seus direitos.

ANTECEDENTES “HISTÓRICOS”

O protesto teve início em 1 de julho de 2019. Até hoje, passaram 1005 dias desde que o primeiro cartaz foi escrito e exibido no largo Virgílio Horta, em Sintra. O problema de Manuel Ildefonso continua sem solução. A autarquia apresentou-lhe alternativas de morada, mas Manuel Ildefonso não quer viver numa camarata. Por isso, mantém-se em manifestação permanente de protesto.

O “diálogo” com a autarquia passou a fazer-se através dos agentes da Polícia Municipal e da GNR que, aparentemente, receberam “ordens superiores” para tornar insuportável a vida de Manuel Ildefonso.

fotomontagem

Leave a reply

Please enter your comment!
Please enter your name here