É a segunda vez que a galeria acolhe, individualmente, as obras do escultor nascido em Leiria (1978), que aos 20 anos se iniciou nesta difícil arte de fazer o mármore falar. E nós, que temos os cinzentos ruivinas de Rio de Moinhos, os verdes de Viana do Alentejo e, sobretudo, os brancos e os rosados de Estremoz / Vila Viçosa, da predilecção de Filipe Curado.

Escreve-se no catálogo (também ele uma ‘peça’ a guardar!) que o mármore, sendo «cerne da própria terra, recria aqui paisagens que nos propõem uma viagem imaginária para lá do nosso horizonte, onde o sentido de elevação e a coexistência de pontos opostos cria momentos idílicos». Palavras bonitas, sim; contudo, até não deixam de ser verdadeiras para quem, com algum vagar, se detenha perante as propostas do escultor: aquela árvore como que postada, só, no cimo da montanha; ou aqueloutras, agrupadas, como que a galgar distâncias… E tudo numa claridade que não ofusca mas convida à reflexão.
Tente, amiga(o), dar uma saltada para ver de perto; caso não possa, não deixe de dar uma olhadela – sem pressas! – às imagens que ilustram este mui singela mensagem.
