Seja qual for o motivo que se possa invocar na tentativa de defesa desta atitude, a verdade é que, no fim, haverá sempre algo em que todos concordam: quem esconde a cara para denunciar alguém, não passa de um verme.
Até porque, na maior parte das vezes, o denunciante é uma pessoa próxima do denunciado, quer tirar partido da denúncia e não se inibe de recorrer à mentira ou deturpação dos factos.
E se há sector na nossa vida colectiva em que os cobardes e pessoas sem escrúpulos vivem confortavelmente é na política. Político inteligente, em Portugal, é o que se afasta do que lhe bate habitualmente nas costas. O que muitos pensam ser um gesto amigável, ou de concordância, não passa, de um modo geral, de um treino para as facadas que o “companheiro” lhe pretende dar num futuro próximo.
A morte de um político às mãos de companheiros, seja a morte física ou a da carreira, é algo tão vulgar que todos nós podemos citar dezenas de casos sem termos de pensar muito.
Actualmente os cobardes têm fortes aliados, desde logo as redes sociais onde a mentira, a calúnia e a inveja, têm campo livre.
A outra arma usada pelos caluniadores, por incrível que possa parecer, é a “Justiça”! A nossa Lei permite, bem a meu ver, que haja denúncias anónimas para a Procuradoria-Geral. E exige que todos os casos sejam investigados, por inverosímeis que possam parecer e apesar de se poder sentir, logo à partida, um enorme desprezo pelos denunciantes anónimos. Isto porque, sabendo-se embora que a denúncia vem de gente sem carácter, a verdade é que pode ser verdadeira, no todo ou em parte, e há que investigar.
Sabendo disso criou-se a moda, e não só em Portugal, de se apresentar queixa contra adversários políticos, quer de outras tendências quer mesmo de companheiros cujo lugar se inveja.
A caixa de correio da Procuradoria-Geral da República deve cheirar mal e estar infectada com a quantidade de porcaria que ali tem chegado nos últimos anos. E, há que admitir, deve ser difícil mexer em trampa.
Talvez seja essa a razão por que, às queixas contra políticos e figuras mediáticas, por exemplo, a Procuradoria-Geral da República aja sempre da pior maneira.
Ao invés de investigar com o sigilo a que a Lei obriga, e todo o Cidadão merece, optou por dar conhecimento público das denúncias, antes de confirmar da sua veracidade, naquilo que só se pode entender como um apoio ao denunciante. O que é absolutamente inacreditável e completamente injusto.
Sabendo que, para o nosso Povo, quando se fala de suspeitas, “não há fumo sem fogo”, ao emitir comunicados, aparentemente inócuos, dizendo que se está a investigar um caso relacionado com “fulano” a verdade é que, para todos os efeitos, está é a pôr em causa a honestidade deste.
Não têm conta as pessoas que viram as suas vidas destruídas por queixas infundadas – muitas delas tendo, inclusivamente, passado pelas prisões e depois absolvidas – e a que a Procuradoria deu publicidade antes de investigar cuidadosamente.
O cúmulo da hipocrisia, neste apoio às denúncias anónimas é tentar fazer passar, candidamente, a mensagem de que não se está a condenar ninguém ou que a Procuradoria era acusada de nunca falar de nada e agora, que publicita as investigações, a criticam do mesmo modo. Mais, que se tratando de figuras públicas há a obrigação, reforçada, de se falar da denúncia.
Esperando que se compreenda que vou falar em termos absolutamente hipotéticos, imaginemos que um qualquer destes cobardes, que não goste do Senhor Procurador-Geral, envia para a Procuradoria uma denúncia dizendo que este tinha recebido um suborno, ou cometido uma qualquer ilegalidade. Que medida seria tomada?
Seguindo a prática habitual seria aberto um inquérito e dada a informação à Comunicação Social de que o Senhor Procurador-Geral estava a ser investigado por aqueles motivos?
O problema é que vivemos num país estranho onde tudo é possível.
Salvo raros e específicos casos em q possa estar em causa a integridade física de cidadãos , nomeadamente , mulheres e crianças , devia ser proibido por lei a denúncia anónima !
Assim , o q temos actualmente , é o regresso dos chibos e bufaria acessível por qq
Zé das Couves ou Micas da Bouça !!
O “buato” (no original grego, sem ofender o AO) e´tal e qual o mugido de boi ou vaca pois que numa manada como descobrir qual o animal que mugiu?, como classificar quem o imita? Aplica-se também a quem os imita propagando o mesmo, pessoalmente tive que me queixar por escrito ao Conselho Superior de Magistratura mas a carta foi-me devolvida com o carimbo RECUSADA NO DESTINO,(envelope e carta original que com cuidado conservo) ai´o que de buato nada tinha morreu .
O Rogério Alves disse um dia na TV que a denúncia anónima não é legal salvo, se for um crime muito forte e a lei, vale-se de uma ilegalidade para tentar descobrir a verdade. Abraço