Reunidos de emergência em Paris, os líderes europeus concordaram em gastar mais dinheiro para aumentar as capacidades de defesa da Europa. Já na questão de enviar tropas para a Ucrânia, não há concordância, nem mesmo se se tratar apenas de forças de manutenção da paz, caso haja algum acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, teve uma longa conveersa telefónica com o Presidente da França, sobre garantias de segurança. “Compartilhamos uma visão comum: as garantias de segurança devem ser robustas e confiáveis”, disse Zelenskiy no X, acrescentando: “Qualquer outra decisão sem tais garantias – como um frágil cessar-fogo – serviria apenas como mais um engano da Rússia e um prelúdio para uma nova guerra russa contra a Ucrânia ou outras nações europeias”. Zelensky não desiste do “papão russo”. Não tem outro argumento.
Zelensky tem-se desdobrado em entrevistas e conferências de imprensa para dizer que não vale a pena negociar a paz na Ucrânia sem que ele participe nessas negociações. Mas, para já, russos e americanos só falam entre eles.


Trump surpreendeu a Ucrânia e os aliados europeus na semana passada quando anunciou que ligou para o presidente russo, Vladimir Putin, há muito ostracizado pelo Ocidente, para discutir o fim da guerra sem os consultar. A decisão dos EUA deixou a Europa em estado de choque.
NÃO SE FAZ GUERRA SEM DINHEIRO
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que antes da reunião de Paris disse estar disposto a enviar tropas de manutenção da paz para a Ucrânia, disse depois que deve haver um compromisso de segurança dos EUA para que os países europeus coloquem botas no terreno. A Polónia rejeitou a ideia de enviar tropas para a Ucrânia e a Espanha disse que o envio de uma força de manutenção de paz terá de ser muito bem negociada.
Uma força de manutenção da paz não é coisa que saia barato. A presença de mais tropas estrangeiras na Ucrânia pode ser um risco para a própria pacificação no terreno. No fundo, será colocar mais soldados armados junto à fronteira com a Rússia.
A Rússia poderá não aceitar uma força de manutenção de paz apenas constituída por países aliados da Ucrânia e querer introduzir nessa equação tropas de países seus aliados.
E depois há a questão de vários países europeus estarem com os arsenais esgotados, depois de anos a alimentar o esforço de guerra da Ucrânia. Será preciso encontrar recursos para algumas nações europeias, cujas finanças públicas estão a gemer, poderem pagar compromissos militares mais alargados.