Isabel dos Santos é alvo de sanções do governo inglês, pela convicção de que ela e os seus sócios roubaram “a riqueza do país para ganho pessoal”.
A decisão do Governo britânico surgiu na sequência de uma série de acusações criminais e pedidos de congelamento de bens apresentados por Angola a vários governos europeus contra a filha do ex-Presidente de Angola.
Desde que José Eduardo dos Santos faleceu, o império financeiro dos seus filhos e demais associados tem vindo a ser desmantelado, a pedido do atual governo angolano. Como já não fazem parte do círculo do poder em Angola, os filhos do antigo Presidente sentem na pele e na bolsa a perseguição que lhes tem sido feita. Os que ficaram em Angola foram presos, os que conseguiram escapar aos tribunais angolanos estão a braços com sanções e demandas judiciais internacionais.
Num comunicado divulgado recentemente, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido disse que Isabel dos Santos, a filha mais velha do ex-Presidente de Angola, “abusou sistematicamente das suas posições em empresas estatais para desviar pelo menos 350 milhões de libras [cerca de 420 milhões de euros], privando Angola de recursos e financiamento para o tão necessário desenvolvimento”.
A isto, Isabel dos Santos costuma responder dizendo que criou centenas de milhar de postos de trabalho em Angola e que chegou a ser a maior contribuinte fiscal do Estado angolano.
As sanções incluem congelamento de bens e proibições de viagens. Estas medidas fazem parte do que o Ministério das Relações Exteriores britânico chama de campanha contra “cleptocratas” e seus associados por “roubarem a riqueza de seus países para ganho pessoal”, uma espécie de “verdade” conveniente só utilizada quando lhes dá jeito.
Na rede Instagram, Isabel dos Santos divulgou um comunicado, escrito em português, onde afirma que vai recorrer das sanções injustificadas.
“Nenhum tribunal me considerou culpada de corrupção ou suborno”, escreveu. “Este é mais um passo na campanha de perseguição politicamente motivada de Angola contra mim e a minha família.”
