Na Geórgia, nas eleições parlamentares de outubro o partido “Sonho Georgiano” recebeu 54% dos votos e a aliança da oposição ocidental 38%. Resultado: a Geórgia tem um presidente eleito Mikheil Saakashvili pró-rússia e uma presidente cessante Salome Zurabishvili pro União Europeia/EUA que não abdica.
Mikheil Saakashvili fez propaganda contra o “Ocidente decadente” e jogou com o medo da população de entrar em guerra contra Moscovo através do Ocidente. Por sua vez Salome Zurabishvili defendia os interesses da União Europeia na Geórgia. “O que está a acontecer na Geórgia é uma tentativa de mudança geopolítica”, disse a analista georgiana Ekaterina Metrveli.
Se Mikheil Saakashvili é acusado de defender os interesses russos na Geórgia, por seu lado, Salome Zurabishvili, de nacionalidade francesa, depois de uma carreira diplomática brilhante ao serviço da França desde 1974, adquiriu a cidadania georgiana em 2004 para poder trocar o cargo de embaixadora francesa para o de ministra dos Negócios Estrangeiros da Geórgia, o que lhe valeu a fama de “agente” de potências estrangeiras.


A União Europeia não gostou do resultado das eleições na Geórgia e agora faz propaganda no sentido de se criar uma situação paralela ao do Euro-Maidan em 2014 na sequência da qual foi deposto o presidente eleito que era pró-russa e defendia a neutralidade da Ucrânia não assinando o seu encosto à União Europeia. Também na Geórgia desde que o presidente declarou querer adiar as conversações de adesão à União Europeia até 2028, surgiram insurreições populares que poderão levar a uma guerra civil como aconteceu na Ucrânia.
No âmbito geoestratégico temos, por um lado uma OTAN que quer ver a sua zona militar e económica alargada aos antigos territórios que faziam parte da União Soviética e por outro lado a Rússia que os quer ver neutros na sua fronteira e deste modo manter a sua influência.
O capitalismo anglo-saxónico infiltra-se nos países apoiando grupos rebeldes a governos que não funcionem a seu jeito e que ajudem a colocar o seu pé na porta do poder e deste modo desestabilizar o país, criando pretexto para poder interferir militarmente. O socialismo marxista, por seu lado usa estratégia semelhante. Se uma aposta no poder do dinheiro o outro aposta no poder da ideologia vivendo e lucrando os dois com a divisão entre o povo e entre culturas. Nos dois a estratégia em vez de ser inclusiva é exclusiva; em vez de se fomentar a harmonia devida na aceitação das diferenças que formam o todo apostam na destruição do todo para reduzir o todo à parte que defendem.
