A assistir à cerimónia uma sala cheia, no Centro de Interpretação do Espaço Rural de Cascais, Casal Saloio de Outeiro de Polima.
Severino Rodrigues, da Câmara Municipal de Cascais, abriu a sessão, com gratas palavras a Celestino Costa pelo trabalho que tem desenvolvido em prol da cultura popular de Cascais, referindo, como testemunho e a propósito da diferença entre a linguagem que se aprende na escola e a linguagem que se fala no dia-a-dia, o exemplo da sua vivência, quando frequentou, há uns anos, em França, um curso de restauro de pedra.
Coube a José d’Encarnação, da Associação Cultural de Cascais, a apresentação da obra de Celestino Costa, que vem, aliás, na sequência da meia dúzia de livros que já publicara: Tojal (edição do autor – 1989), Minha Terra e Eu (2ª edição, 1995), Filosofia Saloia (1998), participação em Cinzelar as palavras como as pedras… em S. Domingos de Rana (2009), Nomes ou alcunhas das pessoas dos meus livros (2013), Dos Outros para Mim (2014), Contos recontados (2015).
Apresentou de seguida exemplos retirados do livro em apreço, a mostrar o modo de falar dos saloios da zona oriental do município de Cascais, em comparação com o falar de outras regiões do país. Aproveitou, porém, a ocasião para mostrar como essa vontade de não deixar esquecer o linguajar quotidiano tem exemplos noutras zonas do País, nomeadamente no impulso generalizado que se sente de obviar à invasão avassaladora e uniformizadora da língua inglesa sobre as línguas locais. Referiu, a esse propósito, o caso de João Lourenço Roque que ora vive numa recôndita aldeia da Beira Baixa e dedica algumas páginas do seu livro Digressões Interiores 3 a esse falar quotidiano. José d’Encarnação mostrou ainda exemplos de erros ortográficos patentes em cartazes e, nomeadamente nos lenços de namorados, resultantes precisamente dessa influência da linguagem oral.
Houve, a encerrar, uma sessão de autógrafos, tendo o autor agradecido vivamente a presença de todos.