Assistimos ao ressurgimento do ISIS, o grupo islâmico radical que insiste na guerra santa contra o Mundo, depois de três ataques sucessivos em território russo.
Em março, 143 pessoas foram mortas num ataque, reivindicado pelo ISIS, contra um centro cultural de Moscovo. As autoridades da Rússia dizem ter provas que incriminam serviços secretos ucranianos no apoio logístico a este ataque.

Já este mês, seis prisioneiros chechenos iniciaram uma revolta na cadeia onde estavam detidos, no sul da Rússia. Tratou-se de uma tentativa de fuga, envolveu reféns entre outros prisioneiros e guardas prisionais. Acabaram todos mortos.
O segundo ataque de junho foi na região do Daguestão, onde igrejas ortodoxas e sinagogas foram atacadas por gangues, em ações sincronizadas em diferentes localidades. Houve cerca de 20 vítimas, as autoridades russas dizem ter eliminado os atacantes, mas não é certo que tenham sido todos apanhados.

Nestas coisas ninguém acredita em coincidências e os russos ainda menos. Depois do ataque ao Crocus City Hall, a serem verdadeiras as ligações do ISIS à Ucrânia, é bem provável que os ataques seguintes tenham tido a mesma “inspiração”.
Os atentados no Daguestão foram precedidos por ataques de drones ucranianos que, pela primeira vez, atingiram alvos na região, logo no início de junho.
A Ucrânia já ensaiou diferentes tipologias de ataques em solo russo. Lembremo-nos, por exemplo, do assassinato da jornalista Daria Dugina, nos arredores de Moscovo, uma ação que a Rússia diz ter a certeza de ter sido montada pelos serviços secretos ucranianos.

Na forma de atentados terroristas ou utilizando meios convencionais, os ataques visam matar civis, para provocar medo na população. Servem para mostrar aos russos que não estão a salvo das retaliações ucranianas. E servem o propósito de minar a moral e a economia da Rússia, afinal o principal objetivo dos que fornecem armamento à Ucrânia.
Estas táticas de guerra devem vir nos manuais militares, porque são frequentemente utilizadas. Quanto mais forte é o exército do inimigo, mais se recorre ao terrorismo para o combater.
Prova de que ucranianos e aliados estão dispostos a tudo para vergar a Rússia, foi o ataque com mísseis com ogivas de fragmentação a uma praia da Crimeia. No bombardeamento de Sevastopol, morreram 4 pessoas, incluíndo duas crianças, e ficaram feridas 155.