Guerrilha urbana, terrorismo

Alexander (na foto) viu a filha morrer queimada no carro a arder. Ficou em estado de choque e está internado num hospital de Moscovo.

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A morte da jornalista Daria Dugina pode significar que a Ucrânia acaba de abrir mais uma frente na guerra contra a Rússia. Depois de uma série de sabotagens na Crimeia, o assassinato de figuras públicas russas apoiantes da operação militar lançada em 24 de fevereiro.

Daria Dugina, apresentadora de televisão, jornalista na rádio “Komsomolskaya Pravda”, era uma figura popular e, dizem agora vários amigos dela, andava a receber ameaças de morte anónimas já há algum tempo.

Há também a hipótese de ter sido morta por engano. O carro onde seguia, ontem à noite, era o carro do pai e, se tudo tivesse corrido normalmente, ele deveria estar com ela quando a bomba explodiu.

Alexander Dugin e a filha Daria Dugina, horas antes do atentado

O pai de Daria, Alexander Dugin, é tão popular quanto a filha. Trata-se de um cientista político, nacionalista. Também ele apoiante da operação militar desencadeada na Ucrânia. Os dois estiveram juntos num evento cultural, nos arredores de Moscovo. Na hora do regresso, Alexander Dugin decidiu acompanhar um amigo numa outra viatura e a filha regressou sozinha. O atentado ter errado no alvo é uma hipótese.

A polícia já sabe que a explosão foi provocada por meio quilo de TNT, mas há dúvidas se o explosivo estava ligado a um mecanismo de relógio ou se a explosão foi provocada por controlo remoto. E falta descobrir quem sabotou a viatura e quem foi o mandante da morte.

É compreensível que a Ucrânia queira magoar os russos tanto quanto puder. E é inteligente disseminar pela Rússia atos de sabotagem, de modo a confundir e a enfraquecer os apoiantes do regime russo. Porém, este tipo de retaliação acaba por diluir a autoridade moral que Zelensky arvorava desde o início da guerra. O dirigente ucraniano não é o Zorro, nem o Robin dos Bosques, nem William Wallace, nem o irmão mais novo da Joana D’Arc, nem sequer o dentista Joaquim “Tiradentes” Xavier.

A Ucrânia pode estar a ensaiar táticas de guerrilha urbana em território russo. Fazer rebentar bombas em Moscovo é eficaz como meio de propaganda se o autor reivindicar o ato. Zelensky ainda não teve coragem para tanto.

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