A Associação Portuguesa de Apoio aos Reclusos (APAR) anunciou, em comunicado de imprensa, ir mover um processo contra os guardas prisionais que tentaram ludibriar o sistema judicial, com acusações infundadas contra a APAR.
Tudo começou quando estes guardas prisionais, em representação de um dos sindicatos do setor, apresentaram uma queixa de difamação contra a associação de apoio aos reclusos. A queixa baseava-se numa declaração do secretário-geral da APAR afirmando que alguns guardas prisionais forneciam telemóveis aos reclusos.
Na acusação, segundo o comunicado da APAR, os guardas prisionais acrescentaram a palavra “todos”, querendo fazer crer que teria sido dito que “todos os guardas prisionais” traficavam telemóveis para dentro das cadeias.
No debate instrutório a acusação foi mandada arquivar. Os queixosos foram condenados a pagar as custas processuais, conforme manda a Lei.
Agora, a APAR considera que houve má-fé, “intenção de prejudicar”, “persistência do dolo” e que os referidos guardas prisionais exibem “um manifesto desajustamento profissional às funções a que estão imbuídos.” E com base nisto, contra-ataca com uma queixa no Ministério Público.
Não é a primeira vez, não será a última, que a APAR enfrenta reações corporativistas de dirigentes sindicais que, aparentemente, confundem a luta por melhores condições laborais com encobrimento de eventuais ilegalidades cometidas pelos seus pares.