Covid-19: 61 mortes e um almirante à “janela”

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Números da pandemia baixaram mais um pouco, relativamente a ontem. Hoje o boletim epidemiológico regista 61 mortes e 549 novos casos de infeção, o número mais baixo desde 6 de outubro, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O boletim epidemiológico da DGS revela que ainda estão internados 3.322 doentes (mais seis do que no domingo), dos quais 627 em cuidados intensivos (menos 11), números considerados ainda muito altos.

Já no que respeita ao número de mortos, desde 10 de novembro, dia em que morreram 62 pessoas com covid-19, que Portugal não registava valores tão baixos.

Desde março de 2020, Portugal já registou 16.023 mortes associadas à covid-19 e 798.074 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, o que significa que em média 2% dos infetados morrem, mas sabemos que a mortalidade é muitíssimo mais elevada em pessoas com mais de 80 anos.

Janela de esperança

Entretanto, Marcelo Rebelo de Sousa classificou como “janela de esperança” as declarações do coordenador do grupo de trabalho para o plano de vacinação contra o covid-19. O que o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo disse foi que será possível alcançar a imunidade de grupo antes do previsto.

Segundo Gouveia e Melo, espera-se “uma concentração de vacinas já no segundo trimestre suficiente para aumentar a velocidade de vacinação para cerca de 100 mil vacinas por dia, o que fará com que se tenha de pensar em modelos alternativos aos centros de saúde nos cuidados primários para que este processo de vacinação corra sem problemas na administração de vacinas” e, assim, “atingir a imunidade de grupo em meados do verão, à volta de agosto ou inícios de agosto”.

O Presidente da República gostou do que disse o coordenador do plano de vacinação. Mas, na verdade, trata-se de uma proclamação política que não se esperaria de um técnico com formação militar. Os políticos é que falam em promessas que não sabem se poderão cumprir. E como a produção e distribuição de vacinas não depende do vice-almirante, teria sido mais prudente ter ficado calado e continuar a trabalhar no sentido de se alcançar esse objetivo.

Cuidado com o relaxamento

Curiosamente, muito mais prudente está a ministra da Saúde que, hoje, chamou a atenção para o relaxamento no confinamento que as boas notícias já estão a provocar. Segundo Marta Temido, esse tipo de atitude poderá provocar novo aumento de contágios.

“Na última semana, o índice de mobilidade aumentou ligeiramente e este é um aspeto que deve suscitar atenção, na medida em que sabemos que os valores a que chegámos são valores que resultam de um esforço e, se esse esforço se inverter, voltaremos a atingir números de incidência e números de risco de transmissão que não são compatíveis com o que precisamos de garantir”, afirmou Marta Temido.

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