Quem quiser organizar touradas terá de o fazer sem contar com apoios públicos, é a “farpa” espetada pelo Bloco de Esquerda ao apresentar uma moção na Câmara Municipal de Lisboa “pelo fim de espetáculos com sofrimento animal”.
A moção foi apresentada pelo vereador do BE (partido que tem um acordo de governação da cidade com o PS), Manuel Grilo, e a sua aprovação implica mais pressão sobre o Governo e a Assembleia da República para “adotar legislação que não permita o financiamento público de eventos que causem sofrimento animal”.
Com a pandemia covid-19, todos os eventos tauromáquicos foram suspensos, tendo o setor reivindicado o retorno urgente deste tipo de eventos para garantir a sua subsistência.
No dia de de junho, quatro toureiros acorrentaram-se ao portão do Campo Pequeno, em protesto contra a falta de apoio do governo à atividade tauromáquica e, mais tarde, cerca de 1.800 membros do setor tauromáquico escreveram uma carta aberta à ministra da Cultura a solicitar a descida do IVA de 23% para 6%, alegando que esta atividade “faz parte do ADN Português”.
Vários partidos pretendem mesmo ilegalizar as touradas, nomeadamente o PAN e o Bloco de Esquerda, e o primeiro passo é acabar com o financiamento público à realização de touradas, canalizado não só diretamente por subvenção estatal como, também, indiretamente, através de apoios de diversa ordem de algumas autarquias.