A Comissão Europeia continua a ziguezaguear na “estrada” da eletrificação automóvel. Agora que é evidente que anteriores decisões serviram para criar caos e prejuízos na indústria automóvel, eis que dona Ursula vem com um novo plano: apoiar com avultados financiamentos o desenvolvimento tecnológico, nomeadamente na produção de baterias, facilitar as regras da transição para a mobilidasde elétrica, um leasing social para aquisição de EV novos ou usados.
A Europa parece uma senhora idosa distraída e hesitante em atravessar a rua, perdeu competitividade industrial, deixou-se ultrapassar pela concorrência chinesa e sente-se enganada pelo protecionismo norte-americano, sabe que tem de correr atrás do prejuízo, agora que já há fábricas de automóveis a fechar, como foi o caso da Audi, em Bruxelas.
Quando se parte atrasado fica mais difícil alcançar os que vão à frente. A China já não pede licença para inovar, produz EV tão bons ou melhores que os europeus e muito mais baratos. A vantagem da China é que tem mão-de-obra mais barata e fontes energéticas muito mais baratas. A indústria chinesa está a ser alimentada pelo gás e petróleo que jorram pelos pipelines diretamente da Rússia.
As desvantagens da Europa não se limitam aos custos da energia e da mão-de-obra nem ao atraso tencológico. Também estão no acesso às matérias primas necessárias para se fabricar um automóvel, quase todas importadas de países que estão a aprender a dar valor às suas reservas de minérios. Demasiadas dificuldades no atual contexto geopolítico.
O porta-voz de serviço na apresentação sumária deste plano foi um senhor chamado Apostolos Tzitzikostas, comissário europeu para os setores do turismo e mobilidade. Parecia um político regional em campanha eleitoral, prometeu que “ninguém ficará para trás”, que todos temos “direito à mobilidade”, independentemente de sermos ricos ou pobres. Estaremos cá para ver.

