CANADÁ E DINAMARCA, exemplos para Portugal

Trump deu o 1º tiro na guerra económica contra a China, México e Canadá. Um aumento drástico de tarifas alfandegárias que vai provocar reações em cadeia um pouco por todo o lado com consequências para a inflação.

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Trump está zangado com o Canadá que se recusa a ser anexado pelos EUA. Está zangado com o México que permite que imigrantes ilegais se juntem na linha de fronteira para irem entrando nos EUA e está zangado com a China porque os americanos consomem opiáceos alegadamente provenientes desse país. São os argumentos do Presidente americano.

Convém notar que se Trump tem uma atitude arrogante com o Canadá e não se coíbe de afrontar um aliado fundador da NATO, não é atitude única no mesmo enquadramento geopolítico. Também a Dinamarca foi ameaçada por Trump por se recusar a vender a Gronelândia aos EUA.

GRONELÂNDIA E AÇORES

A questão da Gronelândia é complexa e, de certo modo, semelhante à dos Açores. A Gronelândia é a maior ilha do mundo, pertence à Dinamarca que não passa de um pequeno país europeu. Quem dominar a Gronelândia, poderá dominar as rotas marítimas do norte e do Antártico, se tiver força militar para tanto. Não é por acaso que os EUA já lá têm uma base militar, a Base Aérea de Thule.

Trump quer mesmo a Gronelândia, não apenas por questão militares, mas principalmente porque a ilha é rica em minérios e hidrocarbonetos. ‘Drill baby drill‘ é o lema deste Presidente, como já foi anunciado por ele.

PORTUGAL NA LINHA DE TIRO

As semelhanças com os Açores não são poucas. Nove ilhas no meio do Atlântico Norte, numa posição privilegiada para dominar as rotas marítimas e servir de base logística para abastecimento de aviões de guerra, como foram os casos nas guerras do Iraque, Afeganistão e, agora, no apoio à Ucrânia. Não é por acaso que os EUA se instalaram desde 1944 na base militar nas Lajes, ilha Terceira. São ilhas pequenas mas a zona marítima que lhes pertence é maior que a Gronelândia. Talvez uns 3 milhões de km2 . No fundo desse mar imenso, jazem ainda intocados imensos stocks de minério e de hidrocarbonetos. Portugal é um pequeno país europeu incapaz de defender um território tão vasto e o facto de ser também membro fundador da NATO não deverá impedir os ímpetos de Trump se ele decidir fortalecer o império que comanda nas atuais circunstâncias.

a imensa zona marítima de Portugal

Há um ditado português que nos avisa que “nas costas dos outros vimos as nossas”. O modo como Trump está a tratar aliados indiscutíveis, como têm sido o Canadá e a Dinamarca, será o modo como irá tratar Portugal, quando chegar esse momento.

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