A NATO é uma criação dos EUA, no enquadramento da guerra fria que se seguiu à II Guerra Mundial. Depois de derrotar a Alemanha nazi, surgiu a propaganda do “papão comunista” que comia criancinhas ao pequeno-almoço, que roubava as poupanças dos velhinhos, assaltava as casas dos operários e a caixa das esmolas nas igrejas.
A NATO era conveniente por ser uma espécie de associação mutualista. Todos contribuíam e o bolo serviria para defender o território de todos. Claro que as armas foram sempre compradas à indústria militar americana. E com esse rendimento, os EUA investiam mais do que qualquer outro país em novos armamentos. Fizeram do complexo industrial militar americano uma fonte de riqueza inimaginável, tão poderosa que passou a controlar a política americana. É neste enquadramento que se percebe a subserviência aos judeus sionistas, os maiores acionistas dessa indústria.


A subserviência europeia torna-se evidente em situações como a ocupação da Palestina que, apesar de todas as resoluções da Assembleia Geral da ONU a exigirem a autodeterminação dos palestinos e a criação do Estado da Palestina a par do Estado de Israel, nunca foram cumpridas por Israel nem pelos EUA, ao fim de 70 anos.
Se na Palestina o inimigo não tem força militar, já com a Rússia a coisa fia mais fino. A Rússia tem um exército poderoso, bem equipado, o país tem recursos suficientes para fazer a guerra e a aliança ocidental não conseguiu isolar a Rússia, apesar das sanções e ameaças contra quem as furava. Hoje, os três anos de guerra na Ucrânia parecem fazer mais mossa na economia da Europa e os americanos não querem perder, nem a guerra nem o mercado europeu.
Trump desdenha a União Europeia mas quer que os Estados europeus passem a gastar 5% do PIB em armamento que os americanos fabricam. Se somarmos os 5% do PIB de cada um dos 27 Estados-membros, teremos uma quantidade inimaginável de dinheiro. Se for verdade que a Europa precisa de se armar, então que se invista esse dinheiro na sua própria indústria de armamento. Seriam milhares de postos de trabalho e muito material para exportar. Acredito que boa parte dos clientes de armas americanas não se importariam de mudar de fornecedor.

Neste momento, o que vemos na Europa é um grupo de líderes desorientados, sem saber o que fazer com um “aliado tão bom” como os EUA. Foram ensinados a obedecer e agora, perante a necessidade de desobedecer, não sabem como. A situação indicia que não se sentem comprometidos com os povos que dizem representar.
Excelente e mui esclarecedora análise, meu caro Carlos.
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