TRUMP REPETE-SE

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cartoon de António publicado no Le Monde

O mundo espera que Trump cumpra a promessa de acabar com a guerra na Ucrânia. Na campanha eleitoral, Trump garantiu que acabava com a guerra em 24 horas. Criticou o apoio do Governo de Biden pelo desmesurado apoio logístico e financeiro à Ucrânia e insinuou que sem remessas de armamento a Ucrânia não iria demorar 8 dias a propôr negociações com a Rússia.

Estamos a ver que tudo isso não passava de bravata, conversa tipo stand up comedy, mas quem tem vontade de rir deve preferir o Gilmário Vemba.

Agora, depois de ter percebido que vai ser difícil contrariar a vontade do complexo militar industrial e a cobiça dos oligarcas que sustentam o regime, Trump começou a ameaçar a Rússia com mais sanções e a aplicação de impostos elevados às exportações russas para os EUA.

Uma ameaça estranha depois de tantas sanções já aplicadas sem sucesso, agora que a Rússia praticamente já nada exporta para os EUA, excepto aquilo que os americanos não podem prescindir, como é o caso do urânio, que os russos têm em abundância e os americanos não.

O que Trump disse foi que “se não conseguirmos um acordo, em breve não terei outra escolha senão impôr elevados impostos, tarifas e sanções a tudo o que é vendido pela Rússia aos Estados Unidos e a vários outros países”. Ou seja, o Presidente dos EUA diz que comanda a política comercial de países aliados. E se calhar comanda mesmo.

Este tipo de discurso parece marcar o pensamento político do novo Presidente dos EUA. Já foi usado para pressionar a China como método de estancar a ‘invasão’ comercial, foi usado contra o Canadá caso não seja possível anexar o país, foi usado contra o México na eventualidade do país não aceitar de volta imigrantes ilegais, foi usado contra a Dinamarca quando Trump disse querer comprar a Gronelândia e só não foi usado contra o Panamá porque Trump deve considerar esse território como parte do quintal dos EUA.

Há quem diga que os assessores de Trump escrevem sempre o mesmo ultimato, mudando apenas os nomes dos países e o contexto.

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