Quando começaram a surgir as app que utilizam inteligência artificial (IA) os media pareceram assustados com a possível substituição dos jornalistas e outros produtores de conteúdos multimedia pelas “máquinas inteligentes”.
O susto foi passando com o tempo até que surgiu uma app de IA chinesa. O alarido foi tremendo. Mas já não porque as “máquinas inteligentes” iriam substituir pessoas, mas porque é a China a espiar-nos e a manipular o nosso pensamento.
Esse tipo de preocupações é uma falsa questão. Primeiro, porque o perigo relativo à segurança e privacidade dos utilizadores é indiferente, seja a DeepSeek chinês ou o ChatGPT americano. O perigo é real, seja qual for a plataforma utilizada.

As leis nacionais não acompanham a evolução tecnológica, os legisladores não pescam nada nos ambientes digitais, nada impede que os tipos que desenvolvem novas tecnologias de comunicação tenham agendas criminosas. Na verdade, agem na maior das impunidades quando são eles a financiar países como os EUA ou Presidentes como Trump.
Um dos argumentos mais utilizados contra a DeepSeek é a possibilidade de A DeepSeek, sendo uma empresa chinesa, sujeita às leis e regulamentações do país, poder censurar conteúdos e limitar a liberdade de expressão. Até dá vontade de rir, depois de sabermos como os algoritmos das redes sociais Facebook, Instagram, X, YouTube, entre outras, censuram conteúdos por questões políticas. É o que se passa, por exemplo, com vídeos ou textos relativos à causa da Palestina, às críticas e denúncias sobre o genocídio do povo palestiniano, sobre os crimes de guerra cometidos por militares israelitas. E o que dizer da permissividade relativamente à propaganda ucraniana, à propaganda russofóbica, às mentiras que são publicadas nas redes sociais e nos media institucionais sobre a guerra na Ucrânia e o propalado perigo russo sobre o resto do mundo?

Todos sabemos que é possível bloquear geograficamente o aplicativo DeepSeek. Vários países e regiões já implementaram restrições ao acesso a essa plataforma. Basta proibir as “lojas” de aplicativos, casos da App Store ou da Google Play Store, de disponibilizar o DeepSeek em determinado país. É também possível mandar os provedores de internet bloquear o acesso ao domínio da DeepSeek, impedindo que os usuários acessem à plataforma. O alarido com a aplicação chinesa pode ser apenas para preparar a opinião pública para o ato censório. Já foi feito antes e com bons resultados nas sociedades ocidentais.
Para complementar este artigo, perguntámos a outro chat de IA, Gemini, se seria genuína a questão da DeepSeek representar um perigo para a segurança nacional de países ocidentais. A resposta do Gemini:
“A questão da DeepSeek representar um perigo para a segurança nacional de países ocidentais é complexa e envolve diversas nuances. Não há uma resposta simples e definitiva.
Por que a preocupação?
* Origem chinesa: A DeepSeek é uma empresa chinesa, o que levanta preocupações sobre a possibilidade de o governo chinês ter acesso aos dados coletados pela plataforma e utilizá-los para fins de espionagem ou manipulação da informação.
* Coleta de dados: A ferramenta coleta uma grande quantidade de dados dos usuários, o que pode ser utilizado para criar perfis detalhados de indivíduos e populações.
* Custo-benefício: A DeepSeek oferece um modelo de IA de alta qualidade a um custo muito baixo, o que pode facilitar sua disseminação e uso por atores maliciosos.
* Velocidade de desenvolvimento: A empresa tem demonstrado uma capacidade impressionante de desenvolver e aprimorar seus modelos de IA, o que pode torná-la cada vez mais poderosa e difícil de controlar.”
Ou seja, o que verdadeiramente caracteriza a DeepSeek é ser chinesa, ser um modelo de IA de alta qualidade a um custo muito baixo, ser uma empresa mais eficiente e eficaz que toda a concorrência. Por outras palavras: os americanos estão com medo.