A RTP titulou assim: “Violência em Amesterdão. Adeptos israelitas alvo de caça ao homem”. Outros meios terão feito semelhante. Já nada nos surpreende.
Referimos a notícia da RTP porque foi a que vimos durante a transmissão do Telejornal. O que a notícia diz é o seguinte, por esta ordem:
- Tudo começou com provocações de adeptos israelitas que arrancaram uma bandeira palestiniana de uma janela no 1º andar de um edifício privado.
- Adeptos israelitas entoaram cânticos de ódio aos palestinianos.
- Adeptos israelitas agrediram um táxista árabe.
- Entre a comunidade islâmica circularam sms para se levar a cabo a retaliação
- Foram agredidos 10 israelitas e houve perseguições pelas ruas de Amesterdão
- Ministros dos países baixos apressaram-se a falar em “intolerância antisemita” e prometeram mão pesada da justiça
- Ursula von der Leyen foi incluída na reportagem a dizer que apoia Israel em qualquer circunstância
- O primeiro-ministro israelita, Netanyahu foi incluído na reportagem para nos dizer que corremos perigo enquanto houver islâmicos entre nós
Tudo isto demonstra bem que as notícias podem ser factuais e, ainda assim, serem editadas em plano inclinado, que é o que acontece quando só se tem propositadamente um lado a prestar declarações.
Foi assim, no dia em que a notícia é o relatório divulgado pelo Gabinete dos Direitos Humanos da ONU, onde se diz que perto de 70% das mortes verificadas na guerra de Gaza são de mulheres e crianças. Constatação que revela como Israel viola sistematicamente os princípios fundamentais do direito humanitário internacional.