A contagem da ONU recorreu a três fontes e apenas considerou mortes comprovadas. Não foram contabilizados os cadáveres que estão inacessíveis debaixo dos escombros de centenas de milhar de habitações.
Por isso, as 8.119 vítimas verificadas são um número muito inferior ao número de mais de 43.000 fornecido pelas autoridades de saúde palestinianas para os 13 meses de guerra. Mas a divisão etária e sexual das vítimas pela ONU corrobora a afirmação palestiniana de que as mulheres e as crianças representam uma grande parte dos mortos na guerra.
Esta conclusão indica “uma violação sistemática dos princípios fundamentais do direito internacional humanitário, incluindo a distinção e a proporcionalidade”, disse o gabinete de direitos humanos da ONU num comunicado que acompanha o relatório de 32 páginas.
“É essencial que haja o devido ajuste de contas em relação às alegações de graves violações do direito internacional através de órgãos judiciais credíveis e imparciais e que, entretanto, todas as informações e provas relevantes sejam recolhidas e preservadas”, disse o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk.
A missão diplomática de Israel na ONU em Genebra rejeitou o relatório.
VÍTIMA MAIS JOVEM COM 1 DIA DE VIDA
A vítima mais jovem cuja morte foi verificada pelos monitores da ONU era um rapaz de um dia, e a mais velha era uma mulher de 97 anos, segundo o relatório.
Globalmente, as pessoas com idade igual ou inferior a 18 anos representaram 44% das vítimas, com as crianças com idades compreendidas entre os cinco e os nove anos a representarem a maior faixa etária, seguidas das crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos e, em seguida, das crianças com idades compreendidas entre os quatro e os quatro anos, inclusive.
Ainda segundo o relatório, esta estatística fatídica reflete a ausência de precauções dos militares israelitas para evitar matar civis.
Há mesmo quem diga que eles fazem de propósito. E por isso os snipers alvejam qualquer um que passe na rua ao alcance de tiro, mesmo crianças, como já foi visto e denunciado várias vezes em vídeos divulgados pelos meios palestinianos.
Ontem, Israel alvejou uma escola numa localidade na zona oeste da Faixa de Gaza, onde se encontravam abrigadas centenas de pessoas. Morreram muitos. Vejam o vídeo da Al Quds TV. Os massacres são diários e revoltantes, não há como justificar a matança indiscriminada numa guerra que alegadamente se faz contra um único grupo político.