O convite foi dirigido a Umaro Sissoco Embaló numa carta entregue hoje na Presidência da Guiné-Bissau, na qual se apela ao adiamento das eleições marcadas para o próximo dia 24 de novembro, com o argumento de que o atual momento político “não se afigura promissor de um processo eleitoral isento de contestações, o que poderá agravar ainda mais a situação política e criar maior instabilidade para Guiné-Bissau.”
Estas eleições foram marcadas na sequência da dissolução do parlamento decidida pelo Presidente depois de uma tentativa de golpe de estado. A decisão foi mal recebida por vários partidos políticos, nomeadamente aqueles que tinham vencido as eleições e formado governo. Também não foi bem aceite por parte da comunidade internacional, nomeadamente na Europa e em particular em Portugal. Mas o mundo é grande e Sissoco tem sido bem recebido em todo o lado, de Moscovo a Washington, passando por Paris.
Quanto à carta entregue por João Bernardo Vieira, ainda não mereceu reações públicas do Presidente da República. Quanto aos outros líderes políticos, muitos devem ter sido surpreendidos por esta iniciativa e outros têm problemas mais imediatos para resolver, caso de Domingos Simões Pereira que tenta dominar a oposição interna que enfrenta no PAIGC.
Um desses descontentes com a atual liderança do PAIGC será, precisamente, João Bernardo Vieira, que já foi em tempos porta-voz do partido.
A carta em que apela ao adiamento das eleições marcadas para 24 de novembro foi assinada apenas por um signatário, embora se saiba que João Bernardo Vieira não está só nesta demanda pelo diálogo, pela paz e pela reconciliação, conforme disse recentemente numa entrevista, em Lisboa.