Tocar no lixo e transformá-lo em peças artísticas é um dom raro, não há muitos no mundo. No Brasil temos Vik Muniz, famoso por reproduzir obras de pintores famosos usando restos de comida, em Portugal temos Bordallo II que faz arte de rua, esculturas de grandes dimensões a partir de sucata e outros detritos, em Moçambique temos Gonçalo Mabunda que faz esculturas com lixo da guerra e na Nigéria temos Ozuma Patrick Chidiebube, que trabalha lixo eletrónico. Há outros, com toda a certeza, mas estes são os que guardo na memória.
Hoje, apresento-vos o trabalho de Ozuma Patrick. É uma coisa espantosa, as esculturas que resultam das cablagens, das placas, dos chips, dos teclados de computadores velhos e avariados.
Na rede social X, Ozuma diz que trabalha “o lixo eletrônico para criar arte provocadora” e pede gentilmente “a doação de computadores antigos, teclados e quaisquer outros dispositivos eletrônicos sem préstimo”. Pena a Nigéria ser tão longe.
A expressão artística de Ozuma tem tudo a ver com o tempo em que vivemos, rodeados de eletrónica, de novas tecnologias, de engenharias sempre em transformação. No fim, tudo isso acaba por resultar numa imensidão de lixo. Transformá-lo em obras de arte é uma “magia” incrível. Parece feitiço.
Ozuma Patrick Chidiebube, fixem o nome dele. Um dia vai ser mundialmente famoso.