Lá para o fim da tarde vieste ter comigo, a meio caminho entre o Sardão e a piscina, naquele lugar onde ninguém nos via. Sabias onde eu estava e deste-me um miminho para a despedida, no verão. Voltarás em Agosto ou Setembro mas até lá deixas-me o desejo do teu corpo no meu, a tua vontade de seres minha, a cumplicidade que vamos construindo no dia a dia.
Os franceses chamam-lhe le petit mort apenas porque nunca te sentiram, como eu te sinto estremecer e oiço o teu respirar cada vez mais forte.
Crescemos juntos, tu mais madura, adulta, racional, mais também mais confusa e com dúvidas. A pouco e pouco foste acreditando que era amor, só podia ser, não havia sexo, apenas entrega, incondicional. Paulatinamente as tuas defesas foram, uma após a outra, ruindo.
Gosto de pensar que te tenho na minha boca, na minha língua, a ti que não gostas de beijos de língua. Mas gostas da minha língua, disseste-me quando eu já tinha perdido a esperança de fazer amor contigo porque não percebo nada de mulheres e não sei interpretar os sinais.
Sei, tão somente, lamber o teu sexo e esperar que me guies para dentro de ti. Como se fosse a primeira vez. Como se faz uma menina, linda como tu.
A água do rio, entretanto, vai continuar a passar naquele lugar que é o nosso esconderijo, os corpos nús protegidos pela física, a refracção como que por magia.
Já estás comprometida porque te amo.
Lá para o fim da tarde deitas a tua cabeça no meu peito e guardo os teus seios com ambas as mãos. Será que finalmente te consegui trazer para o meu rio de infância e juventude?
Lá para o fim da tarde quando te deitares comigo e disseres que me amas também, faremos amor como tu gostas. abes, nunca me esqueci da forma generosa dos teus seios. Fui, sei lá, um pouco injusto com eles porque os teus olhos são tão belos que tudo o mais parece vulgar, de tão bonitos que eles são.
Prometo que da próxima vez os vou beijar com ternura, chupar e morder os teus mamilos, lamber à volta e voltar a chupar enquanto me fazes carinhos na cabeça. Vou tirar tudo de ti, vou deixar-te louca de prazer, vou-te obrigar a levar-me para dentro de ti, a olhar-me nos olhos e querer beijar enquanto fazemos amor. Faz-nos falta esse momento só nosso, de entrega e paixão.
Quero sentir-te a ficares mole, a abandonares-te ao prazer, quero que sintas e desejes sempre que pensares em mim, que feches as pernas uma contra a outra, que te acaricies só para mim. Penso em ti o tempo todo, em te fazer como gostas, como queres, como tens prazer.
Depois de fazermos amor, nunca mais nos vamos separar. Nós, que chegámos aqui por amor. Ainda te recordas? Eu pedi para dares para mim, quem ama quer, mas já não estava à espera. E não sai da minha cabeça. Não é por mal, é mesmo porque me pões doido de desejo, nem sei como resisti tanto.
Vou-te dar prazer, vais querer parar e não te vou deixar, vou-te segurar, lamber todinha até não poderes mais e estares pronta para me guiares para dentro e dizeres o meu nome: eu quero o teu coração mas também quero o teu sexo. Tesão de mulher. Gostosa de chupar, vou-te comer todinha para que fiques doida só de me ouvir.
Amo-te.
Dá para mim Morena, eu lutei para chegar aqui. Meu amor.
O autor escreve segundo o antigo Acordo Ortográfico.