AMÉRICA SEMPRE EM GUERRA

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Ninguém sabe quem é Robert F. Kennedy. O nome de família talvez esteja na memória de alguns, mas a maioria não saberá quem é, até porque não se fala nele nas notícias.

Robert Francis Kennedy Júnior tem 68 anos e é candidato à nomeação pelo Partido Democrata às eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2024.

O que faz dele um candidato especial são as suas declarações políticas, completamente contra a corrente dominante, nomeadamente no que diz respeito à guerra na Ucrânia.

A política dos EUA é feita em sound bytes, declarações curtas e tão estrondosas quanto possível. Não se deve falar muito para não provocar confusão naquelas cabecinhas. As redes sociais são, por isso, bons ambientes para disseminar ideias. Fomos espreitar o Twitter deste político. Alguns exemplos dos sound bytes de Robert F. Kennedy Júnior:

I

Como presidente, vou acabar com as guerras sem fim, limpar o governo, restaurar a classe média e dizer a verdade aos americanos.

II

O banco JP Morgan, a multinacional financeira BlackRock e o establishment neoliberal salivam pelos lucros que vão obter na Ucrânia do pós-guerra. “A guerra é claramente boa para os negócios: na verdade, quanto maior a destruição, maiores as oportunidades de reconstrução.”

III

Estes chulos de guerra envolvem-nos num conflito atrás do outro com narrativas lisonjeiras que nos pintam como salvadores do mundo.” (citando o jornalista Chris Lynn Hedges).

IV

A Ucrânia é nada menos do que uma guerra por procuração contra a Rússia (concordando com Cornel West, comentador político).

V

Lembrando Martin Luther King, segundo o qual a violência no exterior gera violência, pobreza e opressão em casa. Como seria hoje a nossa nação se não tivéssemos travado 60 anos de guerras sem parar?

É claro que este tipo de declarações não são bem recebidas pelas corporações industriais dos EUA, nem pela banca, muito menos pelo complexo industrial militar.

Biden não poderia ter adversário mais crítico dentro do seu próprio partido. Os candidatos estão em campanha, quem vencer as eleições internas (chamadas primárias) será o candidato do partido. Não temos dúvidas de que lado estão os donos do dinheiro que hão de pagar as campanhas e a propaganda. Resta ver como o sobrinho do Presidente John F. Kennedy consegue lutar contra esses moinhos de vento. E se não lhe acontece o mesmo que ao tio.

Robert Francis Kennedy Júnior em criança com o tio John F. Kennedy, Presidente dos EUA

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