De 25 a 28, as instalações dos Salesianos do Estoril receberam mais de 900 atletas, no âmbito dos Jogos Nacionais Salesianos 2024, que ali acorreram subordinados ao lema «Somos amigos. Entre vós, sinto-me bem».
Não encaro a possibilidade de uma escola, qualquer que seja o seu tamanho e o nível etário a que se destine, não dispor de um ‘recreio’, ou seja, do sítio onde se passam os intervalos das aulas e onde se proporciona a prática de várias modalidades desportivas.
Uma ideia que me ficou, é claro, da escola salesiana, onde, como estudante, nos intervalos, mormente após o almoço, joguei futebol, ténis, ténis de mesa, basquetebol, voleibol… Patinagem, não, que nunca tive jeito para andar de patins, embora, nos Salesianos do Estoril, como se sabe, o Padre Miguel Barros tenha criado a equipa da Juventude Salesiana, que deu cartas a nível nacional e que para a modalidade preparou vários campeões nacionais.
Joguei com estudante e joguei como professor com os meus estudantes, porque esse era o mote da educação que se preconizava. Na verdade, no desporto se moldam e se revelam personalidades e esse conluio entre a sala de aula e o ‘pátio’ constitui importante meio de educação global, a instrução a par do comportamento em grupo.
Recordo que também no ano em fui docente numa escola de correcção dependente dos Serviços Tutelares de Menores, do Ministério da Justiça, a Escola Profissional de Santo António, em Izeda (Bragança), também à prática desportiva se atribuía papel primacial na reabilitação desses jovens.
Na 28ª edição dos Jogos Nacionais Salesianos, realizados no Estoril no passado fim-de-semana competiram perto de mil atletas em seis modalidades, com os mais de 98 treinadores, em jogos com bola (futsal, basquetebol, voleibol e ténis de mesa), natação e xadrez.
O Desporto Escolar em Evidência é um oportuno tema que devia merecer atenção aos directores/reitores de escolas de todos os níveis de ensino, de facto.
Concordo em absoluto que se deva privilegiar a prática do exercício físico: ginástica, modalidades desportivas, em alternância com os programas curriculares.
Complementam-se, estimulam-se.
Depois acho que essa ideia devia ser transformada em exigência para todas as casas de acolhimento a pessoas da chamada “terceira idade”: obrigatoriedade de terem actividades lúdicas – dança, a representação, jogos fáceis que envolvessem equipas -.
O que mais dói neste país, é ver que todos os espaços para essas faixas etárias são depósitos de vivos-mortos, ou vice-versa, que já nem sabem comunicar uns com os outros.
Sim, falta dizer que nem equipamentos desses existem para servir uma população com baixos rendimentos, mas nas “casas de repouso” dispendiosas, também se repousa demais…
Grata pelo texto, José d’Encarnação.