OS RUSSOS NÃO PODEM SER VENCIDOS

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A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas aprovou em 1 de dezembro, em Nova Iorque, uma resolução reconhecendo que “as grandes manifestações desportivas internacionais devem ser organizadas em espírito de paz” e que convém respeitar “o caráter unificador e conciliador” desses momentos.

Não sabemos se esta resolução é implicitamente uma crítica aos afastamentos de seleções nacionais e equipas desportivas de países que são sancionados politicamente. É o caso, por exemplo, do atual Mundial de Futebol, onde a Rússia e a Bielorússia não puderam participar. A Rússia por ter invadido a Ucrânia e a Bielorússia por manter boas relações com a Rússia.

Quando a China organizou os Jogos de Olímpicos de Inverno em 2021 não aconteceu nada disso. Houve protestos e boicotes diplomáticos, mas nenhuma equipa nacional foi impedida de participar. Já o mesmo tinha acontecido em 2008, nos Jogos de Verão. A China é condenada pelos países ocidentais por causa da invasão do Tibete, e por causa de violações e abusos dos direitos humanos em Xinjiang contra a minoria étnica muçulmana Uigur. E há a questão de Taiwan.

Jesse Owens nos Jogos Olímpicos de Berlim, 1936

Eventos desportivos e interesses políticos sempre estiveram interligados. Vencer no campo ou na pista pode ter repercussões na opinião pública com consequências na ação política. Imaginem se em 1936, nas Olimpíadas de Berlim, na Alemanha, com Hitler a assistir, Jesse Owens não tivesse sido autorizado a correr e, assim, ter ficado impedido de vencer as 4 medalhas de ouro que obteve e com as quais humilhou o nazismo alemão.

Quando a Rússia organizou o Mundial de Futebol de 2018, ninguém foi impedido de jogar. E as razões de hoje já existiriam nessa altura, pelos argumentos que agora se esgrimem. Mas em 2018, a política ocidental era outra.

Neste momento, equipas e seleções russas não podem participar em eventos desportivos internacionais. Ou seja, os russos não podem ser vencidos. Na verdade, não há maior estupidez.

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