48 ANOS DEPOIS

A EXTREMA-DIREITA CRESCE NA DESILUSÃO.

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48 anos após o 25 de abril, vergonhosamente pratica-se o trabalho escravo em Portugal. Isto é factual, por muito que o tentem esconder. Basta visitar Odemira ou a região oeste, para constatar esta triste realidade. Infelizmente este flagelo ocorre de norte a sul do país.

48 anos após o 25 de abril, somos o país da UE com a maior precariedade laboral e onde os salários são mais baixos. Inversamente somos um dos países com a maior carga fiscal e onde mais proliferam as empresas de outsourcing, que vendem trabalhadores como quem vende sacos de batata.

Após 48 anos do 25 de abril, um quinto dos portugueses detém mais de 70% de toda a riqueza nacional. Nos últimos 5 anos fugiram do país para offshores quase 20 mil milhões de euros, enquanto 20% dos trabalhadores empobrecem a trabalhar.

Ao ouvirmos o discurso de André Ventura na AR, nas comemorações do 25 de abril, sabendo bem que ele está a borrifar-se para o 25 de Abril e para as suas conquistas, percebemos como o populista e demagogo se aproveita das falhas dos governantes que deixaram cair as promessas da revolução. Isto é, trabalho digno com direitos, salários justos, uma melhor redistribuição da riqueza produzida.

O que temos hoje? Mais de dois milhões de portugueses a viver em pobreza, mais de um milhão de pessoas sem de médico de família, cerca de 40% dos trabalhadores sem qualquer vínculo laboral e o fosso cada vez mais largo entre pobres e ricos.

É aqui que o Chega prolifera e aumenta a sua base de apoio. Escusam de tentar arranjar bodes expiatórios e atribuir responsabilidades genéricas ao eleitorado desiludido. Os únicos responsáveis pela situação a que chegámos são aqueles que nos últimos 48 anos exerceram o poder e nos desiludiram. Não há outros.

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