O assaltante do quartel de Évora

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Hermínio da Palma Inácio foi um ousado combatente contra o regime de Salazar. Luís Vaz é o historiador que se tem dedicado a registar as ações e os ideais do dirigente da LUAR – Liga de Unidade e Ação Revolucionária, um dos movimentos antifascistas que mais se notabilizaram nas décadas de 60 e 70.

Palma Inácio foi quem em 1961 executou o célebre desvio do avião da TAP usado para lançar 100.000 panfletos contra a ditadura, sobre Lisboa e arredores. Um feito espetacular que correu mundo, mesmo se naquela época não havia redes sociais nem vídeos virais. Foi preso várias vezes pela PIDE, conseguiu sempre fugir das cadeias.

ficha da PIDE de Hermínio da Palma Inácio

Há dias, no centenário do nascimento de Palma Inácio (1922-2009), o historiador Luís Vaz apresentou o quarto livro sobre a vida de Palma Inácio, “A LUAR e a Operação Diana”. Tratou-se de um assalto ao quartel de Évora para obter armamento. Assalto executado por Francisco Seruca Salgado, oficial miliciano que teve um papel fundamental para o sucesso da operação e que, mais tarde, foi jornalista na RTP. Na altura do assalto, Palma Inácio estava detido em França, com um pedido de extradição da Justiça portuguesa. O assalto serviu não só para obter armas, mas para mostrar ao regime que não seria a prisão do dirigente que iria derrotar os combatentes da LUAR.

Levaram as armas e deixaram o quartel, depois de escreverem nas paredes da unidade militar “A LUAR vencerá”.

Seruca, assim era tratado na redação da RTP, foi sempre um homem sereno, simpático. Quem não conhecesse a história dele, jamais imaginaria que estava perante um tipo capaz de atos de grande coragem física. Morreu demasiado cedo, aos 62 anos.

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