E foi do Porto que veio uma novidade interessante para o futuro político do país. Rui Moreira, que voltou a vencer, embora, desta vez, sem maioria absoluta, lançou a ideia de se criar uma espécie de “federação” entre putativos políticos que não queiram sujeitar-se às disciplinas e limitações dos partidos políticos.
Nestas eleições, houve mais de 274 mil votos em diferentes listas de grupos de cidadãos. Algumas venceram eleições. Foi o caso do próprio Rui Moreira (embora apoiado por alguns partidos políticos) ou de Isaltino Morais, em Oeiras, de Pedro Santana Lopes, na Figueira da Foz ou de José António Rondão Almeida, em Elvas. Ao todo foram 19 câmaras municipais conquistadas por candidaturas independentes.
Em concreto, o que foi que Moreira disse? Disse ter a “plena convicção de que este projeto político independente (o seu), a par com as centenas de candidatos independentes de todo o país que hoje foram a votos, não pode continuar diluído e submetido ao interesse e ao taticismo carreirista de muitos dirigentes partidários.”
E rematou afirmando que vai pugnar, a bem da Democracia, “que se promova a participação efetiva dos cidadãos” de modo que considera essencial que “devemos promover a federação dos milhares de cidadãos que hoje votaram por todo o país em candidatos independentes.”
Isto não quer dizer, de todo, que se pretenda formar um novo partido, como já foi antes uma ideia discutida entre candidatos independentes, mas algo que force a Assembleia da República a legislar de modo a dar condições a candidatos independentes, nomeadamente em eleições legislativas, autárquicas e europeias.