Baldes de água fria

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Baldes de água fria, houve alguns na noite eleitoral autárquica. Um dos mais inesperados terá sido a queda de Loures, dirigida por Bernardino Soares. Foi o PS quem aproveitou…  Loures, concelho que a CDU tinha recuperado em 2013 com Bernardino Soares e que oito anos depois voltou para a esfera dos socialistas.

Surpresa terá sido, também, a vitória de Raul Castro na Câmara Municipal da Batalha. Trinta e dois anos depois, Raul Castro volta ao lugar onde iniciou a sua carreira política de autarca. Fez três mandatos em Leiria, sempre apoiado pelo PS e, agora, numa candidatura independente de novo apoiada pelo PS, mas onde integrou até simpatizantes do Chega, Castro volta a vencer. O derrotado foi Paulo Baptista, do PSD.

Houve outras surpresas, mas o grande balde foi o que vazaram na cabeça de Fernando Medina, em Lisboa. Sucessivas sondagens sempre deram a vitória ao presidente de Câmara que se recandidatava. A vantagem chegou a ser do dobro, em relação ao candidato Moedas do PSD. E de repente, a água estava gelada.

O cartoon é de Hélder Dias, como sempre.

1 COMENTÁRIO

  1. As sondagens fizeram querer que Medina iria ganhar com folga, e as campanhas do PCP e do BE, de evitar que Medina tivesse uma maioria absoluta reforçaram essa ideia. Pensando que assim era, muitos potenciais eleitores de Medina abstiveram-se ou anuíram ao pedido do PCP e BE.
    A direita quer nos fazer querer ou quer acreditar que ganhou muita coisa e que o PS e a esquerda perderam estas eleições. O que estas eleições vieram criar foi um problema interno no PSD, alguns já pensavam que iriam ver-se livre de Rui Rio. O sucesso das coligações de direita em Coimbra e em Lisboa funcionou como uma válvula de escape, já têm com que se entreterem. A política autárquica que for adoptada em Coimbra e em Lisboa vai passar a estar exposta perante o país e servir de montra do que quer a direita. Em Lisboa há algumas situações que dificilmente Medina teria condições para as alterar, como o de impedir a construção de uma mesquita no Martin Moniz, uma construção a que muitos lisboetas se opõem, vamos ver o que Moedas fará. Suzana Garcia, não teve sucesso na Amadora e o Chega só veio dar visibilidade a gente recalcada e ressabiada que se encontrava diluída pelos partidos mais à direita, mas não só. Se o PS, à esquerda, tivesse feitos acordos com o PCP e BE, a começar por Lisboa, a direita nunca teria ganho nos concelhos que agora conquistou e ainda teriam perdido em outros.

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