Última Hora

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Um jornal inteirinho pode ser substituído pelo Facebook? A pergunta é cada vez mais incómoda e tem resposta na peça de 13 actores no Teatro D. Maria II. O texto é da autoria de Rui Cardoso Martins e tem nome de jornal: “Última Hora”.

Em tempos comprávamos o jornal ao fim do dia. Apanhávamos o comboio no Cais do Sodré ou no Rossio e lá íamos a ler. Com prazer. Quem não tinha jornal, lia de soslaio. Ler era importante, focava-nos. A televisão não era suficiente. Mário Castrim foi a prova disso. No “Diário de Lisboa” cascava forte e feio no que passava na TV.

O “Última Hora” estreia no próximo dia 8 e narra o sufoco dos jornais. Vítimas das partilhas grátis na Internet, da leitura rápida, da pouca publicidade e do despedimento dos repórteres séniores.

A encenação é de Eduardo Breda e Patricia Gonçalves. O “Última Hora” pretende ser uma comédia dramática sobre o fim anunciado da Imprensa, com dificuldades em reinventar-se. Como fez a Rádio, quando apareceu a Televisão.

O “Última Hora” estará em cena até dia 15. Quarta e sábado às 19 horas, quinta e sexta às 21. Domingo às 16. Uma semana apenas!

Porque afinal a trágico-comédia do “Ultima Hora” é a antecipação do homicídio colectivo das artes e letras. Já não lemos. Não vemos nada.

Em breve as novelas serão sequências fotográficas no Instagram. E as nossas caras terão o formato de um telemóvel. Smart, não tenham dúvidas!

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