Dias quentes para Ricardo Salgado

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São mais de 4.100 páginas de acusações a Ricardo Salgado e mais 24 outros arguidos. Como poucos de nós irão ler ao pormenor o “calhamaço”, fica aqui uma espécie de resumo.

Durante 6 anos, 7 procuradores investigaram os meandros do caso BES/GES. Terão descoberto uma rede imensa de pagamentos não declarados a dezenas de funcionários e pessoas exteriores do grupo bancário.

Ricardo Salgado é o recordista de acusações: o Ministério Público quer que vá a julgamento por 65 crimes. São estes um crime de associação criminosa, doze crimes de corrupção ativa no setor privado, 29 crimes de burla qualificada, cinco de infidelidade, dois de manipulação de mercado, sete de branqueamento, oito de falsificação de documento e um de crime de falsificação de documento qualificado.

Ao todo, o Ministério Público acusou 25 arguidos: 18 pessoas e sete empresas. Alega que as suas condutas causaram um prejuízo superior a 11.800 milhões de euros.

Agora que foi deduzida acusação deste caso BES/GES, vai dar entrada um pedido cível por danos morais que tem na mira 1,8 mil milhões de euros de bens arrestados a Ricardo Salgado e a outros ex-gestores do GES. O pedido de indemnização já está concluído e será desencadeado por parte de várias centenas de lesados do BES/GES.

Os lesados do BES/GES que investiram em papel comercial, obrigações e em ações do grupo já têm preparado um pedido de indemnização milionária contra o ex-presidente do banco, Ricardo Salgado, bem como contra todos os ex-administradores que são arguidos no processo-crime do Universo Espírito Santo. Os lesados terão um prazo de 20 dias, após a acusação, para exigirem essa indemnização no âmbito do processo que investiga as ações que conduziram à falência do banco, no verão de 2014.

Para acautelar os direitos de eventuais demandantes, a justiça arrestou mais de 500 bens de Ricardo Salgado e família Espírito Santo como casas de luxo, a capela junto à casa do ex-banqueiro e a Herdade da Comporta. O arresto estendeu-se a propriedades do GES e de alguns dos seus administradores, num total de 477 imóveis, 11 automóveis, o recheio de seis casas, incluindo 143 obras de arte.

Ricardo Salgado nega tudo. Diz que nunca corrompeu ninguém.

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