Marcelo passeava alegremente pela Feira do Livro quando uma cidadã o interpelou sobre o silêncio e inércia dele e do Governo perante o genocídio do povo palestiniano.
Uma mulher comum, mas com a coragem de dizer o que muitos sentem: que não basta condenar “a violência de parte a parte” como se estivéssemos perante duas forças simétricas. Que não é possível continuar a fingir que o Estado português não tem responsabilidades quando se abstém em votações cruciais na ONU. Que há um genocídio a acontecer, e que o silêncio, neste caso, não é prudência diplomática, mais parece cobardia.
Essa mulher representa hoje a dignidade que falta aos políticos portugueses. Esperamos que o seu exemplo se multiplique. Porque, como se viu tantas vezes na História, os políticos só se lembram de ter vergonha quando a opinião pública os obriga.
Duvidamos que Marcelo tenha capacidade de se envergonhar. Percebemos que o seu silêncio é conivência, cumplicidade. O Presidente da República, atravessa um dos períodos mais negros da história contemporânea – o massacre do povo palestiniano em Gaza – com uma leveza “diplomática” que dificilmente se pode confundir com neutralidade.
Desde o ataque do Hamas a 7 de outubro, a resposta de Israel ultrapassou qualquer limite do admissível. A matança sistemática de civis, o uso da fome como arma de guerra, a destruição de hospitais, escolas, de infraestruturas básicas, são crimes de guerra. O que está a acontecer em Gaza não é um “conflito” nem uma “guerra”. É um massacre. É, segundo inúmeros juristas, um genocídio em curso.
Mas o Presidente da República portuguesa continua mudo. Ou pior: quando falou, foi para repreender o representante da Autoridade Palestiniana e para afirmar que foram os palestinianos quem iniciou o conflito. Como se setenta anos de ocupação ilegal, colonatos, expulsões forçadas e apartheid pudessem ser varridos para debaixo do tapete da História. Como se os mortos só começassem a contar a partir do momento que convém aos judeus sionistas.




“Marcelo passeava alegremente pela Feira do Livro quando uma cidadã o interpelou sobre o silêncio e inércia dele e do Governo perante o genocídio do povo palestiniano”!
Eu diria mais; uma trabalhadora de uma das livraria da “Feira do Livro”, acusou a ele, e ao seu governo de estar calados como “ratazana de esgoto” perante o genocídio do povo palestiniano!