Na Ucrânia, combates entre russos e ucranianos continuam demasiado próximo da Central Nuclear de Zaporizhzhya. A infraestrutura voltou a ser atingida, segundo informação do mais recente relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), sem no entanto especificar quem atingiu e em que circunstâncias ocorreu o ataque.
O incidente aconteceu na passada 4ªfeira, 7 de maio. Neste momento, segundo a AIEA, os circuitos de segurança desta central nuclear estão dependentes de “uma única linha elétrica funcional de 750 KV para a eletricidade de que necessita para arrefecer os seus reatores e para outras funções essenciais de segurança nuclear”.
Segundo explica a AIEA, há sete pilares indispensáveis da segurança nuclear e um deles é o sistema de refrigeração que depende de energia elétrica para funcionar. O que é irónico e ao mesmo tempo dramático é uma infraestrutura que se destina a produzir energia elétrica estar dependente de energia proveniente do exterior.
A AIEA explica, ainda, que antes do conflito esta central nuclear tinha acesso a dez linhas elétricas externas, de 750 e 330 kV, que têm sido paulatinamente destruídas por bombardeamentos e outras ações militares.
O local está ocupado por tropas russas, desde o início desta guerra. Há uma equipa de técnicos da AIEA em permanência nesta central nuclear, mas este relatório diz que as condições de trabalho estão cada vez mais comprometidas e que a rotação das equipas está mais difícil que nunca. “A equipe atual está na fábrica há mais de dois meses. A substituição dos técnicos foi adiada devido às difíceis condições no terreno”, lê-se no relatório.
A Ucrânia tem feito tudo para desalojar os militares ocupantes, sem sucesso. Alguns bombardeamentos já atingiram alguns dos principais edifícios da infraestrutura. Na maioria dos casos, têm sido ataques com drones kamikaze.


Os inspetores da AIEA inspecionam o local onde caíu um drone dentro do perímetro da Central Nuclear de Zaporizhzhya (imagens de agosto de 2024)




