Entre os possíveis sucessores, há um português. O Cardeal José Tolentino de Mendonça. É uma personalidade da cultura, alinhado com a chamada Ala Progressista da Igreja Católica, apoiante das reformas que Francisco introduziu, tem desempenhado cargos relevantes no Vaticano desde 2018, primeiro como arquista e bibliotecário e, atualmente, Prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação. Mal comparado, Tolentino é uma espécie de ministro global do Vaticano para as questões culturais, coordena a atividade das muitas instituições católicas dedicadas à cultura, da Teologia às Belas Artes, da Arqueologia à propagação da fé.
Tolentino está na shortlist de cardeais “papáveis”, mas a decisão cabe a um coletivo, o Colégio dos Cardeais, que reunirá à porta fechada até escolherem entre eles um que será o chefe de todos. Ou seja, a escolha de um Papa baseia-se em compromissos, negociação, escolhas políticas e, também, em critérios como a alternância geográfica ou até étnica. Isto é, depois de um Papa oriundo da América Latina, poderá suceder um de outro continente. Por exemplo, pode ser que o futuro Papa seja africano e há um que se destaca nas apostas, o Cardeal Peter Turkson, do Ghana, 76 anos, conhecido por ser defensor da justiça social. Nunca antes houve um Papa africano. Poderá ser desta.
