MONTENEGRO SOB SUSPEIÇÃO

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As críticas de Pedro Nuno Santos ao comportamento ético do primeiro-ministro foram feitas horas antes de Montenegro ir à televisão, mas podiam ter sido feitas depois, porque Montenegro não se limpou da mancha negra das incompatibilidades entre as funções de primeiro-ministro e sócio de empresas, a antecâmara da corrupção.

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Como se vê, aqui está uma boa oportunidade para toda a oposição política malhar no atual primeiro-ministro e no seu Governo que, de resto, está cheio de casos idênticos de conflitos de interesse, nomeadamente na área dos negócios do imobiliário.

Já houve demissões no Governo por causa deste tipo de conflito, mas Montenegro diz que não se demite. Foi à televisão dizer que vai passar as empresas que detém para nome dos filhos e acredita que, desse modo, afasta os problemas que o envolvem. As empresas continuam a existir, a proximidade entre o primeiro-ministro e as empresas não diminui, apenas desaparece o vínculo administrativo, mantém-se o afetivo, digamos assim.

O primeiro-ministro chamou as televisões e falou ao país rodeado por todos os ministros do governo

Na sua preleção televisiva, o primeiro-ministro admitiu levar ao parlamento uma moção de confiança. O PCP respondeu com uma moção de censura. O PS disse de imediato que não votará a favor dessa moção dos comunistas. Os outros partidos ainda não reagiram, mas admite-se que o Bloco e o Livre votem a favor, assim como se admite que IL e Chega também o façam. Nesta contradição vive o PS que admite votar contra uma moção de confiança que o Governo leve ao parlamento, mas não votará a favor de uma moção de censura que outros partidos promovam. Digamos que é um cálculo político digno de um equilibrista.

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