É inacreditável, mas, a fazer fé nas notícias, Macron não tentou sequer discutir a questão da Palestina com o Presidente dos EUA. O Presidente da França só está preocupado com a Ucrânia.
Macron apenas tentou converter Trump para a causa ucraniana. Parece que não conseguiu. Na conferência de imprensa conjunta, o francês não deixou passar a oportunidade de voltar a dizer que “o Presidente Putin violou a paz”, contrariando o que Trump disse na semana passada.
Na mesma conferência de imprensa, Trump expressou o desejo de um cessar-fogo o mais rápido possível e disse que estava a tentar organizar negociações entre a Ucrânia e a Rússia. Admitiu ir a Moscovo proximamente, sem data ainda para essa viagem.
Enquanto Macron e Trump discutiam o valor das minas da Ucrânia, na forma de recuperar o dinheiro investido em canhões e mísseis perdidos na Ucrânia, quem fica com o quê do território ucraniano, nenhum deles se mostrou preocupado com o futuro da Palestina, das ameaças israelitas de retorno à chacina. Macron não teve peito para questionar Trump sobre as ideias peregrinas de uma “Riviera” na Faixa de Gaza, depois de expulsar toda a população.
Quando Macron e Trump garantiram querer a paz, “Queremos paz, ele quer paz. Queremos a paz rapidamente”, conforme disse Macron na conferência de imprensa, não se referia à Palestina. Os dois Presidentes concordaram com o destacamento de forças europeias de manutenção da paz para a Ucrânia. Não para a Palestina.
Macron, o primeiro líder europeu a visitar Trump desde que recuperou o poder há um mês, considerou as suas discussões com Trump “um ponto de viragem” na busca por uma abordagem mais unificada. Referia-se à questão ucraniana, ao envolvimento da NATO, porventura. Para a Palestina não há “pontos de viragem”, pelos vistos.