A FALTA QUE FEZ UM ‘ACORDO ORTOGRÁFICO’

Referências a Cascais no século XVI

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Há informações sobre Cascais no livro O Reino de Portugal em 1527: os contratos das sisas a que já aqui se fez referência, agora publicado. Pela minha parte, não resisti e fui ver o que dizia sobre Cascais.

Assim, no documento nº 46, datado de Coimbra, a 2 de Dezembro de 1527, referem-se como testemunhas de um contrato de sisa, Bastiam Rodriguez Pinto, Diogo d’Aguiar e Pedro del Barco, «morador em Casquães» (I vol. p. 348).

No documento nº 99, da mesma data e também de Coimbra, as testemunhas são: Pero Ribeiro, escudeiro do Senhor Infante Dom Fernando; Bastiam Rodriguez Pinto, cavaleiro, morador em a cidade de Lixboa; e Pero d’Elvas, morador na vila de Cascães (I vol. , p. 586).

No documento nº 169, datado de Lisboa a 5 de Novembro de 1530, identifica-se o escrivão: «eu, Cristóvão Freire, público tabelião das notas em a dita vila da Lourinhã e seus termos por o Senhor Dom Luís de Castro, senhor do Condado de Monsanto e das vilas de Casquães“… (II vol. p. 200).

Pormenor curioso, a hesitação em relação à forma de escrever o topónimo. À primeira vista, quem adivinharia que Cascães e Casquães queriam dizer Cascais? Influência, é claro, da expressão oral, mas também – importará referi-lo – algum desconhecimento acerca do modo como se escreveria o topónimo. Recorde-se que numa das gravuras mais antigas que se conhece a mostrar a vila, feita, em 1572, por Georgius Brau Agrippinensis, se dá a forma latina desse «ópido da Lusitânia»: Cascale.

Cascais visto por Georgius Braun (1572)

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