A IMUNIDADE E A CORRUPÇÃO

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A Presidente da Comissão Europeia não será julgada por alegados atos de corrupção relacionados com a compra de vacinas contra a covid-19 porque beneficia de imunidade. A decisão foi ontem tornada pública pelo Tribunal da Relação de Liége, na Bélgica.

O tribunal “declarou inadmissível” uma série de queixas apresentadas pelo ativista belga Frédéric Baldan, por possíveis irregularidades na aquisição de vacinas durante a pandemia, uma vez que Ursula é casada com um médico diretor de uma empresa de biotecnologia norte-americana.

A queixa de Frédéric Baldas foi subscrita por cerca de mil pessoas que alegadamente sofreram problemas de saúde derivados da vacinação e teve o apoio dos governos da Hungria, da Polónia e de várias organizações da sociedade civil de diversos países europeus.

Alegando sigilo contratual, a Comissão Europeia nunca divulgou as mensagens e atas de reuniões havidas entre a Comissão e as farmacêuticas no âmbito das negociações que resultaram num negócio colossal de fornecimento de vacinas.

Só com a Pfizer, por exemplo, a Comissão Europeia negociou três contratos para aquisição de vacinas contra o covid-19, num encargo estimado em 35 mil milhões de euros.

O juíz decidiu, está decidido. Mas os organismos públicos não deviam poder agir com este grau de impunidade. Para que as suspeições não minem a confiança do povo nas instituições, a transparência e a prestação de contas são fundamentais. A imunidade não deveria existir, porque funciona como uma espécie de perdão antecipado por crimes que sejam cometidos.

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