Há quem dedique tempo e energia a denunciar irregularidades, ilegalidades ou meros fingimentos dos militantes “cheganos”, alcunha a realçar uma das linhas programáticas desse partido que é a de culpar a etnia cigana pelos problemas do país.
A mais recente denúncia é dirigida ao presidente da concelhia de Sobral de Monte Agraço do Chega. Diz o artigo publicado no site “Cheganos” que esse senhor dedicou tempo e ganhou dinheiro a promover bacanais. Sexo em grupo, para quem não saiba o que é um bacanal.

O artigo remete para uma inacreditável página do Facebook onde constam inúmeras festas do género organizadas por Ricardo Martinho, alegadamente o presidente da concelhia de Sobral de Monte Agraço do Chega.


É interessante verificar como o famigerado algoritmo permite este tipo de negócios, o que diz tudo sobre a alegada preocupação com a segurança da comunidade propalada pela META quando sanciona páginas que têm intervenção cívica e política na sociedade. Esta página existe pelo menos desde 2016, disponível para todos, velhos ou crianças, a promover pornochanchadas para gozo da “comunidade”.

Movidos pela curiosidade, uma vez que este tipo de empreendedorismo foi feito às claras, a página é pública, fomos até ao site do partido tentar perceber se teria havido alguma ação punitiva contra este militante.
Lá podemos ler que o Chega se manifesta como o partido que veio “para manter os nossos valores de sempre e as nossas tradições milenares”, e interrogamo-nos se os bacanais se inserem nesse menú tradicional.



Na seção Disciplina do site deste partido estão processos que afetaram a militância e os direitos de vários militantes que caíram sob a alçada do conselho de jurisdição. Estão lá cerca de 50 casos de militantes sancionados. Percorremos a lista convencidos que o nome deste senhor organizador de bacanais e de proxenetismo lá constaria. Mas não.
Resta dizer que na página do Chega-Sobral de Monte Agraço no Facebook, confirma-se que Ricardo Martinho existe e que, na sua página pessoal, se dedica ao imobiliário e ao alojamento local e que o número de telefone profissional é o mesmo que servia para reservar um lugar nos bacanais.
