Sempre que o Governo vira à direita, os serviços públicos são alvo da cobiça das empresas privadas. Os ditos “empresários” que só sabem viver à conta do orçamento do Estado, avançam pelos setores da Saúde, do Ensino, dos Transportes, entre outros, e contam como dado adquirido com o jeitinho que este tipo de ministros tão bem sabe dar, como se viu no passado.
Na Saúde, por exemplo, nada mudou. O primeiro-ministro pede “tempo” para mostrar serviço, o que significa que, na verdade, não tinha nada preparado, nenhum plano, apesar de ter usado as reivindicações de enfermeiros e médicos como arma de arremesso contra o anterior Governo. Não sabem como resolver os problemas, não anunciam nada que possa representar alguma esperança para os utentes do SNS que não têm médico de família, que vêm as consultas hospitalares esquecidas pelo sistema ou adiadas constantemente. Sim, porque os problemas do SNS não são só as Urgências e a Obstétricia.
No Ensino, a acreditar nos anúncios dos sindicatos, o próximo ano letivo arrisca vir a ser um inferno. São milhares (!) de professores à beira da reforma, sem substitutos. Claro que as escolas privadas vão querer prestar esse serviço, tão bem pago pelo orçamento público. Também aqui o atual Governo mostra ter sido surpreendido, com os partidos que o suportam nada terem estudado ou preparado enquanto foram oposição. É a política do bota abaixo e do assalto ao poder, sem a mínima preocupação do serviço público que deviam prestar depois de serem eleitos.
Nos Transportes anunciam a vontade de querer entregar a via férrea aos privados, o que será a machadada final na CP, tal como fizeram com os CTT, rebentando com serviços que minimizam o isolamento das populações do interior. Claro que, tal como os CTT não eram apenas distribuição de cartas de amor, a CP faz muito mais do que transportar pessoas das periferias para os centros urbanos. É uma empresa importante no transporte de mercadorias e é aqui que está a viabilidade económica da CP e se foca o apetite dos tais empresários, que não vão querer arriscar nada e assegurar o sucesso dos “empreendimentos” com contratos de garantia com o Estado. As chamadas PPP, ninhos de corrupção, de compadrio, de promiscuidade entre a política e os negócios. São todos homens (e mulheres) de negócios.