Chamaram-lhe “Lucy” porque na altura em que as ossadas foram detetadas, os antropólogos ouviam a célebre canção dos Beatles “Lucy in the Sky with Diamonds”.
A descoberta destas ossadas possibilitou datar os nossos antepassados “australopithecus” entre 3,8 milhões de anos a 2,9 milhões de anos atrás. Depois de Lucy, outras ossadas foram encontradas o que permitiu concluir que esta espécie humanóide habitou nos territórios hoje conhecidos por Etiópia, Quénia e Tanzânia.
Os investigadores conseguiram reunir 40% do esqueleto de Lucy. Foi possível reconstituir como ela teria sido fisicamente, a idade da morte, do que se alimentava e o modo de locomoção. Assim, hoje sabemos que os “australopithecus” já caminhavam eretos, mas que apesar de andar como um humano, os braços de Lucy eram curvados e mais longos do que as pernas, o que indica que também escalava árvores. Há uma tese que diz que a causa da morte de Lucy terá sido a queda de uma árvore. Tinha pouco mais de um metro de altura, nariz plano e a mandíbula inferior saliente como a de um chimpanzé. Hoje, Lucy seria olhada como sendo um chimpanzé. Há muitas semelhanças entre o que Lucy foi e os chimpanzés são hoje.
A descoberta de Lucy, juntamente com outros esqueletos dos primeiros seres humanos em África, mostra que foi nesse continente que nasceu a humanidade. Todas as características que nos distinguem dos nossos parentes vivos mais próximos, os chimpanzés, tiveram origem em África – do bipedalismo ao manuseamento de instrumentos, os cérebros grandes, a inteligência, o pensamento abstrato e o comportamento simbólico. Tudo isto são inovações africanas, que mostram que toda a humanidade tem origem africana, segundo nos dizem os investigadores e cientistas que estudam estes temas.