Julius Mattai, da Serra Leoa, e Malam Sambu (Guiné-Bissau) participaram no Forum Económico Internacional de São Petersburgo (SPIEF2024) que, de resto, contou com a quase totalidade dos países africanos. A curiosidade é que ambos foram estudantes bolseiros em Krivoy Rog, na Rússia (na época era URSS), partilharam o mesmo quarto, estudaram juntos e não se viam há mais de 30 anos.
O encontro foi emocionante.
Milhares de jovens africanos e de outros continentes, beneficiaram de bolsas de estudo disponibilizadas pela União Soviética para puderem cumprir estudos universitários. Além dos curriculuns dos cursos, os alunos aprendiam a língua, condição indispensável para ficarem a estudar nas universidades soviéticas.
Hoje, muitos deles estão em posições de relevo na administração pública e nos governos dos seus países e, em muitos casos, preservam sentimentos de amizade com os russos e a Rússia. Enquanto distribuía bolsas de estudo, a União Soviética apoiou as lutas de libertação dos povos colonizados pelos europeus. Um somatório de factos que fazem da Rússia um parceiro credível do ponto de vista desses governantes africanos.
No caso da Guiné-Bissau, o ministro dos Recursos Naturais, Malam Sambu, manifestou publicamente que o governo a que pertence previligia a cooperação com a Rússia e a China, por razões históricas e de opção política.
Sambu foi enviado a São Petersburgo para participar no SPIEF2024, com o objetivo de atrair investimentos para o desenvolvimento da agroindústria da Guiné-Bissau.