O representante da Guiné-Bissau na Conferência Parlamentar, Domingos Simões Pereira, viveu um momento delicado quando, em Marrocos, na Conferência Parlamentar sobre a Cooperação Sul/Sul, o presidente da Mesa da Conferência o “convidou a abandonar a sala” depois do seu discurso.
Foi um momento embaraçoso para todos os participantes, com toda a certeza. O representante de Marrocos, Enaan Mayara, presidente do Congresso marroquino e que presidia à mesa da conferência, considerou que o teor do discurso de Domingos Simões Pereira não se adequava ao tema da conferência.
Uma cópia da emissão televisiva, mostra o momento em que o representante de Marrocos justifica a decisão de expulsar Domingos Simões Pereira da sala.
Segundo relatos publicados na imprensa africana e brasileira, o antigo Presidente da Assembleia Nacional Popular (entretanto dissolvida pelo Presidente da República) levou um discurso de ataque político à atuação do Presidente Umaro Sissoco Embalo, que leu, sem respeitar o tema da Conferência.
Pouco depois o presidente da CEDEAO apoiou a posição do presidente da Mesa.
Guiné-Bissau vive momento delicado
Tudo começou no final de 2023. Na sequência da detenção judicial de dois membros do Governo, Bissau viveu dias de grande incerteza, com tiroteios nas ruas e algumas vítimas mortais, nos confrontos entre a Guarda Nacional (que foi libertar os membros do Governo detidos) e as Forças Armadas às ordens do Chefe de Estado Maior, na altura em tratamento médico fora do País, que teve de usar estes meios para repor a legalidade e remeter de novo à cadeia os libertados.
O Presidente, que também estava fora do País em viagem de Estado, terá sido informado, posteriormente, da intenção de libertarem, também, os detidos responsáveis pela tentativa de golpe de Estado de Fevereiro 2022 com a intenção de o impedir de regressar à Guiné-Bissau. E, na sequência desses acontecimentos, dissolveu o parlamento por considerar ser a única maneira de fazer abortar o golpe de estado que estava em curso. A oposição guineense, por sua vez, considera que o Presidente da República promoveu um ‘golpe de estado palaciano’.
A Guiné-Bissau, actualmente, tem um Governo de iniciativa Presidencial que conta com a participação de diversos partidos, incluindo o PAIGC que ali está representado por figuras importantes, como é o caso, por exemplo, do ministro dos Negócios Estrangeiros que pertencia ao Governo que foi demitido em consequência da dissolução da Assembleia Nacional.