AGÊNCIA DE NOTÍCIAS LUSA E A DESINFORMAÇÃO

Uma iniciativa bondosa, direcionada para atingir objetivos menos isentos.

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A agência de notícias Lusa realizou hoje uma conferência sobre desinformação, fakenews. A conferência, com transmissão online, sustentou-se num documentário americano sobre este tema. Seguiu-se uma troca de ideias entre especialistas na matéria, uns americanos outros portugueses.

Não percebemos bem qual o público alvo desta iniciativa. Por várias razões. Primeiro, porque a introdução e apresentação da conferência e do documentário foram feitas em inglês, sem tradução. O documentário teve legendas em português.

A conversa entre especialistas foi em português, mas a expert americana falou em inglês muitas vezes, apesar de ser lusodescendente. Não houve tradução, foi uma conversa algo confusa. Ou seja, a maioria do público foi afastado desta iniciativa, por impossibilidade de perceber o que se passava. Foi uma conversa bastante desinteressante, com algumas curiosidades como, por exemplo, o expert militar convidado afirmar não ter perfis em redes sociais, apesar de se mostrar conhecedor do que por lá se passa. Ou talvez por isso mesmo.

Malhar nos russos sem contraditório

Outro problema detetado foi a parcialidade do tratamento. O que vimos no documentário foram afirmações que incriminam divisões especiais dos serviços secretos russos na disseminação de fakenews pelo mundo fora e de informações falsas com vista a manipular as intenções de voto em eleições americanas. Fora disto, vimos exemplos do que aconteceu em casos específicos em países como a India (crime violento) ou a Nova Zelândia (rejeição de vacinas), na sequência da disseminação de rumores ou de mentiras.

Nesta fotografia, os americanos e os europeus ficam com a máscara de meninos bem-comportados. Ora, sabemos bem como isso não é verdade.

Nenhuma referência à situação de Julian Assange, jornalista e fundador do WikiLeaks, detido preventivamente desde 2019 numa cadeia inglesa, sob ameaça iminente de ser extraditado para os EUA, onde será condenado, certamente, por divulgar informações verdadeiras sobre política e defesa dos EUA.

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